domingo, 25 de fevereiro de 2024

 

O QUE FAZ FALTA É EDUCAR...


a malta. Fui dar o meu passeio matinal de Domingo, a um "spot" que me dá gozo e paz interior. A vista, o odor do mar transportado pelo vento, a orquestra das ondas e o piar das gaivotas, é deslumbrante e não há dinheiro que pague. Por lá me fico durante uma hora ou mais, desfrutando, simplesmente desfrutando. Também ao som da Antena 3 e do Coyotte do Pedro Costa. Subitamente, toda esta envolvência ficou perturbada pela intrusão egoísta de um idiota de duas patas, que resolveu atravessar-se à minha frente com uma van de caixa fechada, obstruindo grosseiramente o meu campo visual, quando toda uma grande área para estacionar tinha à sua disposição. Ali ficou, masturbado, cerca de quatro dezenas de minutos e quando lhe passou a líbido, desapareceu não sem que, com um sorriso de filhaputice, tivesse encontrado o meu desprezo facial.



Faz parte, cada vez mais comum, do nosso tecido social, o aparecimento deste género de gente órfã de pais, gente egoísta, intelectualmente miserável, que se deleita a espezinhar e a fazer sofrer. Tempos estranhos os que vivemos.

João Andarilho 


sábado, 24 de fevereiro de 2024

 

A VERDADE NUA E CRUA




NOAM CHOMSKY: "A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO SE DÁ CONTA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO DE FATO E SEQUER SABEM QUE SÃO IGNORANTES A ESSE RESPEITO"




Em sua obra necessária e contundente, o filósofo estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através dos média:




1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO




O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neuro-biologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')”.




2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES




Este método também é chamado “problema-reacção-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.




3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO




Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la graduadamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconómicos radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.




4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO




Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.




5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE




A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adoptar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.




6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO




Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…




7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE




Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranquilas’)”.




8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE




Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…




9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTO-CULPABILIDADE




Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema económico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua acção. E, sem acção, não há revolução!




10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM




No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neuro-biologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.




Postagem publicada originalmente por meio da página Braga Nossa.




P.S. O texto acima foi redigido em português europeu (português de Portugal).




Marcio Luis Fernandes (professor de geografia)

sábado, 17 de fevereiro de 2024

 

A FALTA QUE UM QUATRO FAZ


É um pequeníssimo detalhe, mas poderá ser enorme na transformação do relacionamento e na amizade. Não passa de um exercício especulativo e por isso carregado de dúvida. Sinto que aquela amizade e cumplicidade que existia e creio que não esmorecerá, está um pouco arrefecida. Já me interroguei do porquê. Haverá sempre altos e baixos na amizade entre duas pessoas, mas sinto que esta ausência se prolonga e questiono-me se a culpa será minha. Entre dois amigos há sempre divergências, sejam elas de caráter político, social, religioso ou do que quer que seja. Todavia, por o serem (amigos), haverá uma forte convergência no sentido de fortalecerem essa amizade sempre no tempo e no espaço que considerarem convenientes. De repente e num lance fortuito, fui às definições da conta do meu blogue e constatei que o endereço do meu amigo (automaticamente o que escrevo vai para o seu e-mail) estava incompleto, faltava-lhe o 4. Um mísero caractere que pode desabonar o carácter de uma pessoa. Não passa, como disse, de um exercício especulativo carregado de incerteza. Mas se estiver certo, aqui vão as minhas humildes desculpas pelo sucedido.

João Andarilho


 

domingo, 11 de fevereiro de 2024

 

CINEMATECA




MEC

 TRÁGICO


"Vivemos num mundo completamente corrupto onde cada governo é só um grupo de empresários que trabalha para um grupo de empresários maior e que a nenhum deles importa a merda do povo"

Woody Harrelson

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

 

E SÓ ...



" De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros são realmente dos outros e mesmo que sejam sobre nós, não têm importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo o que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o coração naquele momento. E só "

Mário Quintana - Poeta

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...