sábado, 20 de outubro de 2018



Antonio Seguí




«Desde niño pintaba como Rafael, pero me llevó toda una vida aprender a dibujar como un niño»

Esta famosa frase de Picasso retrata bem a técnica apurada aplicada por Antonio Seguí nas suas pinturas. Foram muitos anos de prática para conseguir apurar a sua técnica até chegar a uma síntese, que é, ao mesmo tempo, espectacular e sumamente sensível. O infantil está omnipresente na obra deste mestre. 

Antonio Seguí, é um caricaturista, pintor, escultor, natural de Córdoba, Argentina, em 11-01-1934, vive actualmente em Paris.

Os homenzinhos-formiga - sua marca registada - estão sempre vestidos à maneira do compadrito tangueiro dos anos 20, como se vivessem numa Buenos Aires imaginada.Sobre isto, o artista disse que os homens com chapéu são uma imagen que vem da sua infância, quando todo o mundo usava chapéu e não se podía sair à rua sem ele. Aliás estes homenzitos formam parte desse constante regresso à infância e ao prazer de desenhar e pintar, de experimentar texturas, de sujar as mão com a pastosa  cor dos lápis.
O nosso artista esconde-se da loucura da vida moderna e das actitudes solenes adoptadas pelos homens. Uma das sua obras (En Laisse, 2003), mostra-nos um pequeno ser  com cabeça de homem ( com o seu correspondente chapéu) e corpo de pomba, que por sua vez tem uma corrente ao pescoço e está a ser levado por outro homem como se fosse uma mascote. Estes homens são, também, escravos de si mesmos. A liberdade com que se movem é só aparente.    
O humor negro e o sinistro não ficam tão pouco fora das suas obras, como Pajarote (2003) demonstra o grande impacto plástico que pode obter-se com a técnica do carborundrum, que dá um ar escuro às cabezas de cão e crânios  que se observam em que cobrem as paredes das salas de exposições; ainda que esta sensação seja imediatamente subvertida ao observarmos os títulos das obras: Perrito, Tendresse (Ternura) y Muertito, una obra de 2010 onde Seguí brinca, inclusivamente da  morte e  lhe aplica um diminutivo carinhoso.
Em Lisboa, pode-se observar uma das suas obras, criada em azulejo, numa das paredes do cais da Estação do Oriente, do Metropolitano, datada de Março de 1998, produzida pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego.





João Picassus

Sem comentários:

Enviar um comentário

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...