Paranóia
Pus-me a pensar " o que dá na cabeça de alguém para, inopinadamente, começar a insultar outro alguém de quem nunca tinha sabido da sua existência ou sequer a cor dos seus olhos!"
Precisamente hoje decidi ir dar uma volta na minha "bike" de estrada, pelas ruas da minha cidade de Lisboa, apeteceu-me e lá fui. Saí de casa debaixo de um sol prometedor, em direcção à zona oriental, passando por Xabregas, Santa Apolónia e no Cais do Sodré embiquei pela Rua da Alecrim acima até ao Largo de Camões, daí até à Assembleia da República foi um pulinho. Era já lusco-fusco quando resolvi fazer o trajecto de regresso a casa e tomei a direcção das avenidas novas. Eis senão quando e no sentido sul/norte pretendia passar para o outro lado da Avª da República junto ao Galeto, me surge pela frente uma personagem surreal, sexo feminino, de aspecto apresentável e aparentemente senhora que se dá ao respeito, interpelando-me bruscamente e em voz bastante sonora sobre se eu conhecia o código da estrada, debitando o "conhecimento" que dele tinha e logo de seguida afirmando que eu era um burro. Retorqui-lhe pois, que nem sequer iria ter qualquer tipo de conversa com ela, de tal modo eram os modos da dita "senhora". Não contente com a minha resposta, reiterou os insultos à minha pessoa. Porque não sou "idiota", "burro", "imbecil" e "cretino" e porque entendo que uma pessoa de bem não se deve rebaixar àquele nível, passei adiante, atravessando a avenida para o outro lado a fim de apanhar a ciclovia, não sem que tivesse parado no seu início para deixar passar os peões que também a atravessam . Um dos peões era a tal criatura que, voltando a cruzar-se comigo de novo me mimoseou um " afinal sabe, afinal não é burro de todo".
Voltei a não dar cavaco, obviamente, e segui viagem até ao meu destino. Porém, no caminho, pus-me a pensar e acabei por ter pena daquela infeliz porque essa pessoa está doente, deve ter problemas gravíssimos de consciência e o seu meio familiar deve ser muito desestruturado.
Para concluir que no nosso país e na sociedade ocidental em geral, estamos a chegar a um ponto em que urge reflectirmos sobre o caminho que devemos seguir: se o caminho insane da ignorância, de vida sem valores, vazia ou arrepiarmos e começarmos a pensar menos egoisticamente, sermos mais solidários, procurar objectivos de vida baseados em valores altruístas, pensar por nós próprios e não nos deixarmos levar por maus exemplos que enxameiam a nossa existência por todos os lados. Pensar, alcançar o conhecimento é fundamental para conhecermos o nosso Eu.
Sejamos felizes, então.
João "Atónito"
Sem comentários:
Enviar um comentário