sexta-feira, 7 de dezembro de 2018




GREVE   



Direito constitucionalmente consagrado em Portugal e tão maltratado quer pelo patronato, quer pelo governo, quer pelas organizações sindicais. Pelo patronato porque nunca teve tanta força para reprimir o trabalhador como hoje em dia, vidé as alterações do Código do Trabalho ocorridas no reinado de Passos Coelho/Cavaco Silva e também pelos sindicatos pela generalização deste direito a torto e a direito quando, em meu entender deveria ser exercido cirurgicamente no tempo e quando houvesse a percepção que esta última forma de luta iria definitivamente resultar. 



Hoje foi um dia rico em greves por todo o país, nomeadamente dos oficiais de justiça, dos magistrados judiciais, dos guardas prisionais, isto na área da justiça, na CP e Refer, nos transportes e dos enfermeiros na saúde. O Governo pôs-se a jeito e as reivindicações são mais do que justas. Os congelamentos das carreiras e dos salários há mais de uma década, os estatutos das carreiras desactualizados, a enorme carga de impostos, o desinvestimento público no país, a degradação dos serviços, o não rejuvenescimento da massa de trabalhadores. Por outro lado a constatação da generalização da corrupção e da alta corrupção, a denegação da justiça, o compadrio, o nepotismo, o peculatato, o enriquecimento ilícito, tudo a contribuir para o estado de insatisfação generalizado que aumenta como uma bolha. Ainda não chegámos às manifestações extremadas de que a França é exemplo, mas não é líquido que esse movimento não possa alastrar. Repito, o descontentamento é mais que justo, é mais do que justificável e o governo tem que começar a olhar para as pessoas e pensar governar para pessoas. As greves neste momento justificam-se e são uma das últimas armas que os trabalhadores têm nas mãos. A outra é a caneta na hora de ir votar para mudar definitivamente o estado a que o Estado chegou.

VIVA O DIREITO À GREVE!

João Trabalhador

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 EU SOU MARATONISTA... ...logo, hoje é o meu dia! João Andarilho