JARA
Em 04 de Setembro de 1970, disputaram-se eleições presidenciais no Chile. O vencedor foi o socialista Salvador Allende, candidato da Unidade Popular, vencendo por pouca margem o candidato da direita conservadora e um outro candidato apoiado pela igreja. Era a 4ª vez que se candidatava à presidência do Chile e, não tendo ganho até então, até brincava com isso dizendo que o seu epitáfio seria « Aqui jaz o próximo presidente do Chile».
Mal adivinhava o bom homem que, tendo finalmente vencido as eleições e tornando-se presidente, outros lhe estavam, já, encomendando a sua pedra tumular.
Tal como na Venezuela, na actualidade, o regime democrático e socialista vencedor das eleições, não agradou ao Império do Mal. Daí vai e investiram milhões na guerra económica, com fortes bloqueios à economia, paralisando a produção e dificultando o abastecimento, pauperizando a economia e o povo chileno. Foi a estratégia para depor um regime democrático substituindo-o por outro, tal como uma marioneta e fiel aos interesse do dito Império do Mal.
Deposto o regime por um cruel criminoso que até integrava o governo de Allende, o facínora Pinochet, teve lugar uma abominável perseguição e assassínios em massa dos apoiantes de Allende, incluindo este, morto à queima-roupa no palácio presidencial. Entre os milhares de assassinados está o músico Vítor Jara.
Víctor Jara foi professor, director de teatro, poeta, cantor e escritor de canções e activista político, torturado (cortaram-lhe os dedos, os facínoras) e finalmente assassinado. Desempenhou um papel importante entre os novos cancioneiros chilenos dando origem à nova canção popular chilena que teve o seu auge durante o governo do presidente Allende.
Fez ontem, Sexta-feira, uma semana, tive o privilégio de ver ao vivo a actuação da banda norte-americana, The Last Internationale, em Torre Vedras .
As suas músicas e as suas letras têm em comum com Jara, um sentimento de irreverência contra os imperialismos e as formas de opressão contra os povos.
Este espírito de luta e de não subserviência ao que é despótico, é comum na história dos povos e sempre assim será. "A canção é uma arma" e bem forte. Assim seja.
João Cavaquinho
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