terça-feira, 26 de fevereiro de 2019



TEM DIAS 


Há dias assim. Ontem acordei com uma imensa vontade de não sair de casa e achei insuportável a obrigação de me arrastar até ao local onde vou produzir aquilo que me é dado produzir e do qual só me é retribuído, em termos salariais, uma metade do que produzi. O que me foi "gamado" fica para o Estado e uma parte vai parar aos bolsos de um bando de criminosos supostamente ao serviço do povo.

Aquilo que faço e do qual me deveria orgulhar por ser um serviço que presto aos meus concidadãos, por força de um tremendo sentimento de injustiça, de desrespeito e falta de reconhecimento por parte do Estado, torna-se um processo rotineiro, sem perspectivas de valorização humana e pessoal, esgotante psicologicamente e atreito a eventuais disfunções e sentimentos contraditórios.

Quando aquilo que fazemos ao longo de uma vida de trabalho merece como reconhecimento o desprezo e a humilhação por parte do patrão Estado, está tudo dito.

Não entendo, porém, como cerca de 50% dos potenciais concidadãos eleitores entende, que o melhor que se tem como resposta é a abstenção ao direito de escolherem uma alternativa válida ao estado em que esta "porra" chegou. Daí sempre ter votado e sempre votarei de acordo com a minha consciência. Aliás muitos se sacrificaram até com a própria vida, para que um dia os portugueses tivessem voto livre e vivessem num país com liberdade de expressão e num Estado de Direito.

Por isso, pensando que a actual perspectiva não é famosa, entendo que o caminho é o de porfiar para que as coisas se alterem em favor de quem trabalha e produz e não daqueles que vivem dos rendimentos do trabalho. O que se vê hoje em dia é que a boa vida está do lado de gente sem escrúpulos. 

Ainda acredito que a Justiça se realize e que quem tenha que pagar pelos seus actos seja condenado e acabe na prisão que é o lugar certo para tanto criminoso que delapida, à grande e à francesa o que é de todos.

Desabafei. Melhorei

João Andarilho

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