ESTADIO DE LA CARTUJA
Hoje, 20 de Agosto de 2019, celebram-se os 20 anos da realização do Campeonato do Mundo de Atletismo, em Sevilha, capital da Andaluzia, no seu olímpico Estadio de la Cartuja, em 1999.
Estádio este de que guardo gratas recordações. Recordações da meta das quatro edições da Maratón de Sevilla em que participei e que aí terminavam, muito justamente na sua pista de tartan.
Dessas maratonas guardo na memória a grande envolvência popular ao longo do seu percurso bastante plano, principalmente no centro urbano e, indubitavelmente, a chegada merecida dentro do tartan deste grandioso estádio.
O último km é todo ele consagrado numa grande emoção, adrenalina pura, o desgaste físico e psicológico é disfarçado ante a visão arrebatadora do estádio atingindo-se o clímax quando, percorrido aquele túnel de acesso frio e escuro, desembocamos no palco dos sonhos de todo o atleta, os últimos 400 m de um percurso de 42,195 km, aclamados pelo povo delirante nas bancadas. 400 m, todos eles corridos com o sorriso estampado do esforço e da superação. A meta agora, o sacrifício justificado naqueles abraços, naqueles corpos estendidos, exauridos, nas lágrimas e sorrisos, nos esgares da dor dos membros. Terminou, superámo-nos, somos melhores pessoas.
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Um ano depois na edição deste ano de 2019, a maratona de Sevilha já não terminou no estádio. Encerrou, uma vez que, a degradação do mesmo, inviabilizava o seu uso. A pala de cobertura ameaçava ruir. Era patente a ruína particularmente no lastimoso piso do tartan, onde já faltavam grandes bocados em toda a sua superfície.
Uma obra que custou ao estado espanhol 125 milhões de Euros com vista ao mundial de atletismo , com grande déficit de exploração, acumulando prejuízos levou a este desiderato. A expectativa de que pudesse ser usado por ambos os clubes de futebol da cidade, o Sevilha e o Bétis, caiu por terra e daí até ao abandonou foi um passo.
Todavia, com a mudança das forças políticas que assumem agora os destinos da província andaluza, derrotando 36 anos de poder do PSOE, parece haver luz ao fundo do túnel e esperança na reabilitação de tão grandioso estádio. A ver vamos. Se tal suceder e se a maratona vier de novo a terminar naquele tartan, será concerteza certa a minha presença. Arriba Sevilla, arriba Andaluzia!
João Andaluz
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