HIPOCRISIA TERRENA
No momento em que a humanidade enfrenta uma pandemia coisa nunca experienciada por quase ninguém que habita o Planeta Azul, assiste-se por esse mundo à tomada de medidas de emergência para debelar o vírus popularmente conhecido por "corona". A mobilização é quase geral, dos cidadãos, das empresas, da administração pública, dos governos e das estruturas do Estado. Digo quase geral porque há sempre surpreendentes (ou não), excepções. Vou só referir duas; a UE (mais conhecida por União Europeia), da qual fazemos parte e a Igreja Católica Apostólica Romana.
A primeira é a continuação de uma desilusão, grande desilusão. Contrariamente ao significado da sua denominação, não há nenhuma União entre Estados para ajudar as pessoas, os povos que a integram. O protagonismo dos reais e habituais Reais Figurantes que com alegre ligeireza, ao longo dos anos, carregam em impostos os cidadãos, promovendo a desigualdade entre eles, o desemprego e favorecendo pornograficamente as grandes corporações financeiras capitalistas, no momento de emergência por que passamos o seu silêncio, a sua omissão é escandalosa. O sofrimento por que passa a nação italiana, é paradigmático desta criminosa omissão /desaparecimento da chamada UE. Ao contrário da recusa de auxílio por parte da UE, esse apoio veio de imediato de países que nada têm a ver com a realidade egoísta do mundo ocidental. A ajuda veio da República Popular da China, da Federação Russa e da República de Cuba. Veio em força, com meios humanos e materiais.
Na minha opinião, nada vai ficar como dantes em termos sociais, económicos e políticos depois de passada esta gigantesca catástrofe humanitária;
A outra é a toda poderosa Igreja Católica Apostólica Romana, instituição global, pandémica como o vírus, mais rica e poderosa do planeta . A decisão de pôr à disposição do mundo e das pessoas, os seus recursos e a sua incomensuravel riqueza seria muito bem vinda e de acordo com os ensinamentos de Cristo. Não chega a oração, não chega a fé, não chegam as palavras bonitas de fé e de esperança. Era necessária a acção no terreno, não com palavras sem sentido por não terem sentido e nem serem sentidas.
Num livro auto-biografico de Maradona intitulado "Eu sou El Diego', na página 141/142, na sua edição portuguesa, diz o autor a propósito da visita que fez ao Vaticano e a Sua Eminência o Papa João Paulo II : < sim zanguei-me com o Papa. Zanguei-me porque fui ao Vaticano e vi os tectos de ouro. E, depois, ouvi o Papa dizer que se preocupava com os pobres... Mas, então, vende o tecto campeão, faz alguma coisa! Ainda por cima foste guarda-redes. Para que existe o Banco Ambrosiano? Para vender drogas e contrabando como está escarrapachado no livro "Por vontade de Deus"? Eu li-o porque não sou nenhum ignorante. E também estive com o Papa porque sou famoso.
Foi, foi decepcionante. Eu já contei: deu um rosário à Cláudia, deu um rosário a não sei quem mais e, quando chegou a minha vez disse-me em italiano : "Este é especial para ti". Eu só disse obrigado, mais nada. Estava nervoso. Íamos andando e pedi à minha velha que me mostrasse o seu rosário... era igualzinho ao meu! Eu disse-lhe: "não pode ser, o meu é especial, o Papa disse-me que era especial". Aproximei-me e perguntei-lhe: "Desculpe, Sua Santidade, qual a diferença entre o meu e o da minha mãe?". Não me respondeu... Olhou para mim, deu-me uma palmadinha, sorriu e continuámos a andar. Uma falta de respeito total, uma palmadinha e mais nada! Diego, não me chateies e pira-te que tenho mais gente à espera, foi o que me quis dizer com a palmadinha nas costas.
Como Diego, visitei o Vaticano e, meus amigos, só posso dizer que é deslumbrante! São magníficos os quadros, as pinturas dos grandes génios, dos grandes Mestres! É grandioso o significado pintado na Capela Sistina! A riqueza brutal, do que ali está exposto é esmagadora, ficamos pequeninos perante a criação humana/divina dos autores. Mas tudo isto, toda esta riqueza é chocantemente contrastante com a Palavra e a doutrina cristã e com os ensinamentos de Cristo. Não sei se me faço entender, falo da riqueza material dos donos disto tudo, da poderosa instituição católica apostólica romana... Tudo isto revolta e faz pensar. É impressionante a máquina de fazer dinheiro que é o Vaticano. Basta fazer a excursão e observar as pilhas de gente que deambulam aqueles magníficos corredores. Terrífico!
Sinceramente, espero que as mentalidades mudem por parte de quem tem poder para decidir das nossas vidas, para bem de todos, para a sustentabilidade do planeta.
Que este venha a ser um susto educativo também.
João Andarilho
Dos ricos e corruptos, com a Igreja Católica na vanguarda desde sempre, não rezará a História porque, como alguém disse, mais ou menos assim... - "É mais fácil achar uma agulha num palheiro do que um católico cego por uma fé enferma entrar no paraíso!"!!?
ResponderEliminarO paraíso é subjectivo por isso desconfio sempre dos paraísos dos outros,mas entendo perfeitamente o significado desta afirmação.
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