CHARLIE WATTS
Um Senhor, de bom trato, afável, calmo de voz e bem falante, elegante no vestir, no fundo um gentleman. Eis Charlie Watts, mais conhecido por ser o homem da bateria dos Rolling Stones. Que contraste a figura de gentleman ser o companheiro de Keith, Wood e Mick.
Algures, na década de oitenta do século passado, num hotel de Amesterdão, Jagger, bem bebido e sem controlo, desbragado, agarrou no telefone do quarto e decidiu ligar para o quarto de Watts. Ao atender, este foi desagradavelmente surpreendido com a voz imperativa e sonora de Mick, ordenando-lhe, a ele, Charlie Watts nos termos seguintes: "Quero que o meu baterista venha ao meu quarto de imediato!".
Watts, desligou o telefone, saiu da cama onde dormia, fez a barba, tomou um duche. Vestiu um terno a estrear e calçou os sapatos feitos por medida. Penteado e aprumado saiu do quarto e dirigiu-se ao quarto de Mick. Bateu e, no instante em que esta se abriu desferiu um potente soco no folgoso vocalista que recuou de cara ensanguentada caindo junto à janela ao fundo. "Nunca mais me chames de baterista do teu grupo porque não o sou, tu é que és o vocalista do meu grupo!"
Diz-se que, a partir daí, Mick não mais foi arrogante e malcriado com a figura que, inapelavelmente era o cimento dos Rolling Stones, um GENTLEMAN.
Partiu ontem, 24 de Agosto de 2021. Fica em paz Charlie Watts.
João Andarilho