O ANORMAL
Naquela praça sete táxis em fila, aguardando. A espera poderia ser breve ou, quiçá, prolongada. Certeza só havia uma, eu não seria o próximo cliente. Simplesmente passava e observava. A manhã estava fresca e ventosa como costumam ser as manhãs de Setembro, mas o sol prometia um dia soalheiro. Dos sete motoristas confortavelmente instalados no seu habitat de trabalho, cinco achavam-se hipnotizados pelo brilho do ecrã dos respectivos telemóveis, um tirava "macacos" do nariz e o último achava desafiante o livreco das palavras cruzadas. Segui caminho num sorriso que só eu adivinhava nesta cara de poucos amigos e imediatamente condescendi que o único ser anormal no meio daquelas sete almas, seria o tipo das palavras cruzadas. Há cada coisa!
João Andarilho
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