ASNOS
Reza a lenda que, certo dia de certo ano, o rei francês decidiu que iria à pesca na manhã seguinte. Precaucioso, indagou quem deveria saber de coisas do tempo que vai fazer acerca do tempo que vai fazer. Ficou satisfeito com a resposta. Daí que, cedinho, se pôs a caminho. No caminho ter-se-á cruzado com o humilde homem do campo a quem perguntou como achava o tempo para essa manhã. Agoirento, o pobre homem respondeu ao seu honorável soberano, que iria chover e com muito afoito. Le roi terá sorrido condescente e lá prosseguiu rumo à pescaria. Já naquele tempo era normal quem mandava não querer saber do que o povo dizia, tanto que sua majestade real apanhou com a maior tempestade até aí nunca sentida.
Sentido, mal chegou aos seus reais aposentos, ordenou a demissão do físico real e resolveu nomear para o seu lugar, aquele que acertadamente o avisou. Que não, recusou o pobre homem, afinal a sua ciência advinha da sabedoria do asno seu burro, o qual tendo as suas orelhas murchas viradas para baixo era sinal de mau tempo. Sua alteza real não foi de modas nomeando, assim, para tão importante cargo, o asno do agricultor.
A partir dessa altura, começou a ser habitual todos os governos de todas as nações passarem a ter asnos com fartura a dirigirem o seu futuro, como se tem notado.
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Será que a burrice é uma ciência? É que há tantos burros a mandar em gente inteligente!
João Andarilho
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