sábado, 22 de dezembro de 2018


ÊXITOS DOS GOVERNOS PROGRESSISTAS

É importante acompanhar os êxitos de governos progressistas, como os da Venezuela e da Bolívia, que marcaram as suas trajetórias no combate sem tréguas ao neoliberalismo e fortaleceram a política governamental voltados para as características dos seus povos e traçando planos para satisfazer as necessidades prementes de sobrevivência e desenvolvimento. Os projetos desses governos priorizam o crescimento forte, equilibrado, sustentável e inclusivo da sua população, além de participarem na troca de produtos e de experiências com os demais, a nível regional e internacional. Aplicam os princípios que foram teorizados pela ONU, tornando-os uma realidade humanista, além de política.

Apesar das falsidades que os media globais despejam sobre o mundo, a Venezuela constrói desde 1998 o caminho traçado por Hugo Chaves na defesa dos Direitos Humanos, com liberdade de expressão, melhor distribuição de rendimentos, redução do analfabetismo, ensino e saúde gratuitos, democracia participativa que inclui o referendo revogatório para leis nacionais. São análises internacionais (International Consulting) que registam 80,9% de apoio popular ao Presidente  Maduro, 85,4% condenam os actos de violência e 80% da comunicação social no país é privada. Enquanto Trump ameaça invadir a Venezuela e estimula a fuga de uma burguesia que lamenta a impossibilidade de explorar os trabalhadores naquela nação, o governo de Nicolas Maduro promoveu, dia 9/12, uma eleição da estrutura de poder local que abrange 2.489 cargos municipais, alcançando o apoio de 92,8% dos resultados para o Grande Polo Patriótico que reune várias organizações, o que comprova a realidade de um povo que continua a ser soberano.

A Bolívia era um dos países mais pobres da América Latina quando as suas riquezas minerais - gás, petróleo e estanho - eram exportadas em bruto por empresas multinacionais associadas às velhas famílias oligárquicas do país. Com a eleição de Evo Morales, líder indígena, que formou um governo disposto a combater o neoliberalismo e estabelecer um equilíbrio plurinacional com reconhecimento das identidades indígenas, estatizou as empresas de exportação e passou a ter um crescimento anual do PIB em 5%. Assumiu o controlo das terras e redistribuiu-as em propriedades privadas pequenas e médias, estabelecendo um controlo sobre a cadeia produtiva, de modo a garantir o autoabastecimento alimentar. Esta experiência que tem permitido o reconhecimento internacional dos seus êxitos abre importante campo de estudo antropológico da riqueza cultural indígena, a começar pela capacidade de organização comunitária para assegurar a sobrevivência com recursos limitados em condições climáticas adversas, devido às elevadas altitudes e baixas temperaturas, e pelo uso de produtos naturais com qualidades medicinais. O primeiro exemplo é o da folha verde de coca - que não deve ser confundida com a branca, da cocaína, utilizada pelo narcotráfico, combatido na Bolívia.
Com a preocupação de "superar 500 anos de desprezo, ódio, escravidão e exterminio pelos colonialistas", como disse Evo Morales na Assembleia da ONU, a Bolívia traçou um caminho de "refundação" do Estado, de modo a priorizar os serviço públicos sociais para eliminar as carências e taxou as grandes fortunas e os elevados lucros para manter alianças apenas com empresas privadas adequadas. A Constituição de 2009 estabelece que os serviços públicos devem ser considerados como Direitos Humanos. Para a sua plena aplicação, o governo reduz contínuamente os preços da água, do gás e da energia elétrica. Já foi eliminado o analfabetismo e foram feitos investimentos em centros culturais e desportivos, construídas estradas e teleféricos, e promovida a construção de um porto no Perú para atender o movimento de importação e exportação boliviano. O grau de pobreza, que era de 63% da população em 2004, foi reduzido para 39% em 2015. É um processo gradual, principalmente devido às pressões do imperialismo e dos media hegemónicos, mas que tem evoluído permanentemente, segundo as avaliações da ONU.

E, no mesmo caminho aberto pela Venezuela e Bolívia, agora surge o México que elegeu Lopez Obrador - incentivador, em 2012, do Movimiento de Regeneración Nacional que promoveu a coligação das forças de esquerda. A sua vitória ficou assinalada pelas fortes palavras com que definiu o programa de governo "contra a corrupção e os abusos de privatização que constituem a marca do neoliberalismo". Anunciou o corte dos mais elevados salários do Estado, a começar pelo seu, como Presidente, o aumento em 100% do salário mínimo nacional e a cobrança de impostos sobre fortunas e rendimentos de grandes empresas.

Nesta fase crítica do capitalismo, os conceitos teóricos que sempre fizeram parte da definição de princípios da ONU e dos discursos utilizados para conquistar o apoio eleitoral das populações - direitos humanos, democracia, previdência social, saúde universal, educação gratuita para todos, solidariedade com povos vitimados por catástrofes - com as promessas de criação de Estados Sociais e de laços de amizade sem discriminações face às diferenças económicas e culturais, assumem uma condição única e urgente para a superação do caos que envolve também o continente europeu e os países mais ricos de outras áreas geográficas. Exige-se discernimento e coragem cívica para dignificar os altos cargos das estruturas políticas a nível nacional e internacional. É o momento da unidade com respeito pelas nações soberanas num mundo multipolar.

Zillah Branco in "Face Oculta"



O mundo, as gentes, os povos esmagados pela pressão dos salários baixos, aumentos brutais dos impostos, degradação dos serviços públicos, com os recursos das nações a serem transferidos para a capitalização da banca privada, entrou em desespero. A solução terá que partir de todos nós. A útima palavra será nossa. O grito partirá das nossas gargantas, a acção das nossas mãos.

Viva a revolução das mentalidades, vivam os povos. Vivamos!

João Zapata

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