ARY
Ary dos Santos, morre em 18 de Janeiro de 1984, com a idade de 47 anos no auge da sua juventude e com uma vitalidade que transportava para a sua obra literária e poética.
Era um desconstrutor da palavra e na poesia erudita casava a simplicidade da vida sem nunca recorrer ao popularucho e poesia barata. A simplicidade da sua poesia saía-lhe poderosa da alma tal como poderosa foi a sua vida sempre intensamente vivida. Aliada à qualidade poética era um declamador poderosíssimo que traduzia na voz e na pena o que lhe vinha do seu profundo ser.
Nascido em berço de ouro, de uma família aristocrata, cedo traiu as suas raízes misturando-se com o povo, sentindo suas as suas mágoas e misérias, lutando sempre pelas causas e justiça sociais, contra a ditadura e a exploração.
Comunista por opção e convicção escreveu o poema "A Bandeira Comunista" de um fôlego.
Era um génio entre os seus contemporâneos e inexplicavelmente, ou talvez não, a sua poesia não faz parte dos programas escolares. Raramente é recordado nos meios da comunicação social. Como autor de tantas das mais bonitas canções populares portuguesas, não se compreende tanto silêncio e incompreensão.
Dele dizia Baptista Bastos: uma poesia viril, uma voz indomada e indomável, bem expressa no poema "Poeta Castrado, não"
Ary está e estará sempre presente hoje e amanhã quando for preciso gritar contra o medo e a repressão e pela liberdade contra os totalitarismos.
João Soneto
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