PANTERA NEGRA
Mais conhecido no meio futebolez por Eusébio da Silva Ferreira, falecido há cinco anos, foi um mago da bola e um dos melhores avançados do Benfica e do futebol português. Nascido em Moçambique veio para Portugal, salvo erro com a idade de dezanove anos. A sua transferência foi uma história recambolesca, ainda hoje mal contada onde abundam versões contraditórias. Oriundo do Sporting Clube de Lourenço Marques estreou -se pelo Sport Lisboa e Benfica no início da década de sessenta, numa equipa onde pontificavam grandes senhores do futebol português e da selecção nacional. Pessoa extremamente simples ( dirigia-se a Mário Coluna, seu conterrâneo, por Senhor), mas de grande categoria foi a grande figura do futebol encarnado até aos dias de hoje.
Cheguei a vê-lo jogar pela equipa do União de Tomar, no ocaso da sua carreira, defrontando o Sporting Clube de Portugal num jogo em que na baliza leonina pontificava, Vítor Damas. O resultado não ficou registado na minha memoria. Na memória sim esse jogo por ter sido o único em que o vi actuar ao vivo. Cumprimentei-o meia dúzia de anos antes do seu falecimento num encontro fortuito em Benfica, numa ocasião em que nos cruzámos na via pública.
Em toda a sua carreira, dada a sua simplicidade e categoria, foi um jogador bastante sacrificado pelas entradas violentíssimas por parte dos seus adversários, tanto que foi obrigado a ir à "faca" variadíssimas vezes, às articulações dos joelhos. Jogou dezenas de jogos em inferioridade física por causa das dores, porém, os abutres do futebol exigiam a sua presença.
Acabou a carreira de rastos na América do Norte. Só anos mais tarde foi homenageado pelo seu clube de coração e passou a ser o seu embaixador itinerante.
Já depois de retirado, ainda fez uma perninha, aqui e ali em jogos de beneficiencia, como foi o caso de ter alinhado pela União Desportiva de Leiria, conforme reportagem que anexo, publicada no Jornal de Leiria na sua edição de 10 de Janeiro de 2019.
João Special One
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