quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019





ALMAS MORTAS - Nicolai Gógol Na antiga Rússia dos Czares, os camponeses eram considerados uma mercadoria e uma mais-valia para os senhores seus donos e para os bancos. Eram vendidos e comprados e os proprietários, os senhores, pagavam uma taxa por cada homem adulto. Havia censos a cada dez anos e o valor da taxa a pagar mantinha-se em caso de morte do camponês até à realização do próximo censo (só nessa altura eram registados como mortos). Quer isto dizer que o proprietário do camponês, em caso de morte do seu servo, teria de continuar a pagar a taxa até à realização do censo apesar de já não poder usar a sua mão de obra. Disso se aproveitou Pavel Ivanovich Tchitchikov, que se apresentou numa cidade provinciana com o intuito de comprar aos senhores das terras as "almas mortas" - servos da plebe já falecidos mas que ainda constavam das listas dos censos como vivos.  O proprietário ficava feliz por se libertar do imposto e Tchitchikov igualmente feliz e com uma quantidade de servos que, para todos os efeitos, estavam vivos e recenseados e tinham um valor na banca. Com todos estes contratos de propriedade de servos, pedia empréstimos aos bancos, os quais lhe emprestavam dinheiro que ele utilizava para comprar camponeses vivos.
 

Assim, concluindo, "Almas Mortas" de Gógol, é uma sátira à mediocridade humana  e uma crítica implacável à Rússia Cazarista

Tchitchikoves há muitos e cada vez mais. O mundo é dos espertos e dos charlatões. No fundo, passamos muito por sermos almas mortas e gente feliz com lágrimas. João Bertrand

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