quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019




CIRCULAR É … VIVER?



Numa sessão pública de esclarecimento realizada em Lisboa, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, no Bairro de Telheiras, organizada pela CDU, a abarrotar, em que estiveram presentes como oradores, deputados à AR e ao Parlamento Europeu (João Ferreira) pela coligação e em que estava em discussão a  implementação da chamada linha circular do metro de Lisboa, foi feita uma análise crítica à opção política do governo, a ser aplicada pela administração do metropolitano. 



Da validade dessa opção só conhecia as parangonas da comunicação social dando voz aos padrinhos do projecto, o que era muito pouco ou nada para formar uma opinião.
Assim, desta audição e com as intervenções ricas e esclarecedoras da plateia e, também, nomeadamente de técnicos e engenheiros do metropolitano, entretanto já reformados, foi possível ser esclarecido e não ter ficado com dúvidas do enorme desperdício de dinheiros públicos que vai ser levado a cabo e o mais espantoso é que os utentes vão ficar prejudicados ao invés de serem beneficiados.
A chamada linha circular que vai engolir parte da linha amarela, desde já vai provocar que os utentes (cerca de 18 milhões de viagens) vindos da Zona Norte de Lisboa (Odivelas, Loures, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Cadaval, etc.), ao tomarem a linha amarela em Odivelas, obrigatoriamente terão que fazer um transbordo no Campo Grande para se dirigirem para o centro da cidade. A perspectiva, assim, é que mais carros entrem na cidade.
O prolongamento da linha circular até ao Cais do Sodré, pela Estrela, linha subterrânea, (onde esta estação vai atingir uma profundidade de mais de 60 m), é um erro caro que se vai pagar caro. A alternativa mais barata seria prolongar a linha vermelha até Alcântara, proporcionado um rápido escoamento dos utentes da linha de Cascais directamente ao centro da cidade, sem haver necessidade de construção de mais uma estação no Cais do Sodré, congestionado aquela zona da cidade.
O adiamento ad eternum da ligação para ocidente da cidade e do prolongamento para Loures da linha que vai para Odivelas é, mais uma vez, frustrante para as espectativas dos lisboetas. O mais grave é que vão ser desbaratados recursos na criação da tal linha, que vai estabelecer uma descriminação do espaço da cidade, criando uma zona rica (beneficiando o turismo e a especulação imobiliária) e uma zona desfavorecida e menos intervencionada em termos de investimento público. Deixando de haver mais recursos financeiros, pelo menos até aos anos 30, para novos investimentos na rede.



É necessário que as pessoas sejam sensibilizadas para o enorme disparate que se vai fazer, lutando para que esta decisão política do governo faça marcha atrás, antes que seja tarde.

Sem luta nada conseguimos.

João Obrero




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