ZATOPECK
Emil de seu nome. Se fosse hoje, talvez se chamasse Email Zatopeck, tal era a sua fantástica velocidade e resistência em provas de meio-fundo e fundo de atletismo. Nasceu na Checoslováquia em 19 de Setembro de 1922, na pequena cidade de Kopřivnice.
Provavelmente, as circunstâncias de vida da época em que nasceu e viveu, acabaram por moldar a sua personalidade como pessoa e como extraordinário atleta, guinado-o para o Olimpo, transformando-o numa divindade mitológica.
Na adolescência viveu o período conturbado da invasão do seu país pelos nazis, altura em que era operário numa fábrica de calçado que se chamava Bata e frequentava uma escola profissional. A fim de dar publicidade à sua marca, os donos da fábrica organizavam, frequentemente, torneios de futebol e uma corrida de corta-mato que se chamava Percurso de Zlim, na qual, todos os que frequentavam o curso profissional, obrigatoriamente tinham que participar.
Emil detestava tudo o que se parecesse com actividade física e furtava-se, na escola, aos exercícios físicos e à corrida. Quando participava por obrigação era um sacrifício pessoal.
A primeira corrida em que participa é uma corrida de 9 km, organizada pela Whermacht, em Brno, em que participam uma selecção alemã, bem organizada, impecavelmente equipada e arrogante, defrontando um bando de rapazes checo, de aspecto famélico e andrajoso.
Termina a prova, a contragosto e sem dar por isso no segundo lugar e rapidamente se vai embora desgostoso. Este resultado deixou o treinador da equipa local de atletismo curioso. Diz-lhe: "corres de um modo bizarro mas não corres nada mal". Ficou-lhe na caixa dos pirolitos esta segunda proposição.
Por pressão dos seus amigos que frequentavam provas de corrida, aventurou-se com eles nos treinos que faziam e, apesar de ficar atrás, começou a tomar o gosto pelos sprints que fazia.
Passadas uma semanas, começa a correr sozinho, por prazer, o que o surpreende e prefere não falar disso com quer que seja. Ao anoitecer, ao abrigo de olhares indiscretos, corre, o mais rápido que consegue, o percurso de ida e volta entre a fábrica e a floresta.
Começa a dar nas vistas e o gosto pela corrida começa a correr-lhe nas veias.
Participa pela primeira vez em provas de pista de 1500 m e 3000 m, as quais ganha com facilidade.
Nasceu o mito.
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