WEIMARANER (II)
Fui, então, procurar informação acerca desta criatura e conclui que tem um comportamento dócil e é profundamente ligado à sua família humana, sempre disposto a acompanhá-la e sua muito dependente, de tal forma que a ausência temporária por parte dos donos implica nervosismo e irritação que pode resultar em estragos na mobília e objectos de casa. Além do mais o amiguinho é muito caseiro e pouco dado ao exterior preferindo, inclusivamente, deitar-se muito perto dos seus donos.
Tem uma energia enorme e é extremamente inteligente e precisa de atenção permanente o que implica uma grande disponibilidade de quem o trata para o exercitar física e psicologicamente.
***
Há coincidências que nos põem a moer a consciência. Porquê, pergunto eu?
Por estes dias tenho andado absorvido na leitura de uma obra dedicada a um dos maiores vultos da ciência do séc. XVIII/ XIX, o cientista, explorador, humanista e iluminista prussiano, Alexander von Humboldt, (1769-1859) de Andrea Wulf, intitulado "A Invenção da Natureza", de que vivamente recomendo. Este renomado cientista e pensador cuja existência infelizmente desconhecia e que agora descobri, nascido no mesmo ano de Napoleão Bonaparte, era originário de uma abastada família prussiana e viveu largas temporadas na pequena cidade de Weimar, capital do Estado situado no território do ducado de Saxe-Weimar, um pequeno Estado chefiado por um governante adepto do iluminismo.
Na ocasião, tornou-se grande amigo do maior poeta alemão, Johann Wolfgang von Goethe, que ali vivia.
A extraordinária experiência de vida e o contributo que Humboldt deu para o conhecimento científico e a interligação da natureza dá pano para mangas e este livro é um permanente desassossego.
Tudo isto para dizer que a coincidência que digo haver, é o simples facto de Humboldt ter vivido em Weimar e a digníssima criatura que me deu o prazer da sua companhia ter sido criada na mesma zona da Alemanha e apurada por criadores e caçadores do Séc. XIX, tendo-lhe sido dado o nome de:
WEIMAR(ANER) (III)
Weimaraner tem uma ficha técnica:
Grupo: 7 - cães ou cães apontadores
Secção do grupo: cães de parar continentais
País de origem: Alemanha
Data de origem: Séc. XVII
Primeira utilidade: caça, particularidade de perseguir rasto de caça grossa
Peso aproximado: 25-40 Kg
Altura aproximada: 57-60 cm
Cores: cinzento/cinzento e branco
Esperança média de vida: 13 anos
Descende do cão de caça Leithund, já extinto, representado na pintura de Antoon Van Dick, do séc. XVII. O desenvolvimento desta raça deu-se na Turíngia com o cruzamento entre o Leithund e o Huhnerhund, por criadores e caçadores. Mas o seu apuramento e do actual amiguinho meu da esplanada, deveu-se ao Grão-Duque da Saxe-Weimar - Eisenach, Karl August, conhecido pelo seu apoio aos intelectuais da época, nomeadamente Goethe e pela paixão por corridas de cavalos e pela caça desportiva juntamente com outro cinófilos.
Tal facto levou a que Weimar, cidade natal de Karl August e de residência de Goethe e Humboldt, estivesse presente no nome desta raça que tanto pode ser chamada de Weimaraner como Braco de Weimar.
Actualmente, o Weimaraner, a que muitos apelidam de "o fantasma cinzento", é uma raça popular em todo o mundo, tendo, para isso, contribuído a sua elegância, graciosidade e indiscutível beleza.
Concluindo, há coincidências do caraças como diz o meu amigo João C. poeta de Valmedo, nada na vida é obra do acaso. Acredito que sim, em tudo há ligação e Humboldt provou-o.
João Andarilho
Sem comentários:
Enviar um comentário