quinta-feira, 13 de junho de 2019




FERNANDO PESSOA

O mais universal e maior poeta português a par de Camões, nasceu nesta data em 1888, em Lisboa.
Pessoa inventou poetas inteiros (Robert Hass), foram eles os seus heterónimos: Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Bernardo Soares.

Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exacto e feliz.

Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.

Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.

Poesias inéditas (1930-1935)

Sem comentários:

Enviar um comentário

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...