FERNANDO PESSOA
O mais universal e maior poeta português a par de Camões, nasceu nesta data em 1888, em Lisboa.
Pessoa inventou poetas inteiros (Robert Hass), foram eles os seus heterónimos: Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Bernardo Soares.
Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exacto e feliz.
Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.
Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.
Poesias inéditas (1930-1935)
Sem comentários:
Enviar um comentário