segunda-feira, 29 de julho de 2019

PELA CULTURA DO ESPÍRITO O DOMÍNIO DA FORÇA


Créditos do autor




De autoria do escultor Leopoldo de Almeida, inaugurada em 1982, feita em bronze, junto do edifício do Palácio da Justiça em Lisboa, é uma obra magnifica e representa " A Justiça " através de dois garbosos cavalos e de uma figura humana, numa base em pedra.


João Andarilho 


METAMORFOSE

É um  processo pouco kafkiano, diria antes que é uma das maravilhas do mundo animal: o processo de transformação de uma larva num insecto voador de beleza e fragilidade tal, como é o caso da borboleta.
Caminhando por dunas e sapais encontramo-nos em simbiose com a extraordinaria natureza que nos cerca. Depois surge-nos, também, a Divindade em forma alada e que bela!

Créditos do autor

Adoramos um Deus invisível e, todavia, promovemos a destruição da natureza que é o verdadeiro Deus visível. 


João Attembourough 



quinta-feira, 25 de julho de 2019





CURIOSIDADE




Créditos do autor



Lince de Bordalo II, observando, curioso, a acrobacia de Rizoma, de Antony Gormly.

João Andarilho

quarta-feira, 24 de julho de 2019



SOU UM HEMERÓDROMO!


Em tempos que já lá vão, no tempo da Grécia Antiga, não havia a possibilidade da comunicação instantânea que, actualmente, nos permite estar onde estamos e em todo o lado quase ao mesmo tempo. Não havia satélites e concomitantemente "internet". Por isso a mensagem demorava sempre a chegar ao seu destino. O melhor que havia e o mais rápido e poderoso meio de comunicação entre os povos e entre as instituições de poder, era a mensagem ser encaminhada através dos Hemeródromos, ou seja, corredores de jornada, que a carregavam  e se punham ao caminho correndo sempre, por entre montes e vales, até ao destino. Eram, pela sua preponderância, bastante considerados pelos poderes instituídos. Não era a qualquer um que era atribuída essa nobre função: para além de ter de ser fisicamente capaz de correr longas distâncias, fizesse chuva ou sol, era escolhido de entre famílias respeitadas e com grande sentido patriótico com provas dadas, até porque a responsabilidade de transportar correspondência de Estado, a isso obrigava. Havia até acordos entre estados que imunizavam estes maratonianos de serem capturados ou mortos tal a importância da sua função.
Talvez o Hemeródromo mais conhecido da história da humanidade e que contribuiu para o que conhecemos da nossa civilização, tenha sido um tal de Fidípedes.

GC.globo.com

FIDÍPEDES, digamos assim, foi o pai da Maratona e da Ultra-Maratona, também e porquê?. Por alturas de 490 A.C., (há 2500 anos) deu-se a invasão do território helénico pelo império persa. Invasão essa que se deu num local chamado Maratona (que quer dizer, em grego e literalmente, campo de funcho, ou seja uma erva aromática que é aplicada na culinária) e que distava cerca de 40 quilómetros de Atenas.
Pois o meu colega de longas distâncias percorreu essa distância, de Maratona até Atenas, para dar a notícia da vitória dos gregos sobres os persas. Acabou por falecer do esforço. Mas o extraordinário foi que isto ocorreu numa época em que não havia géis de energia, nem bebidas energéticas nem calçado almofadado e especializado. Aliás, até corria descalço.
Mas mais extraordinário, ainda, é que o nosso Fidípedes, na véspera da Batalha de Maratona, fora mandado enviar por Atenas  a Esparta, em busca de auxílio para reforçar as defesas gregas em Maratona. Sabem, amigos, quantos quilómetros percorreu, de um dia para o outro o nosso valente hemeródromo? 220 Km, eu disse 220 (duzentos e vinte) quilómetros. Sem dúvida que também é o pai da ultra-maratona!

Por isso my friends, apreendo que, sendo eu maratonista com experiência, me posso considerar, tal como Fidípedes, um orgulhoso HEMERÓDROMO!

***

Se as forças persas tivessem derrotado os gregos em Maratona, a evolução da sociedade ocidental teria sido inexoravelmente alterada.
Como escreveu o historiador Edward S. Creasy no livro " As Quinze Decisivas Batalhas do Mundo":
O dia da Batalha de Maratona é o momento crítico na história das duas nações. Rompeu o feitiço sobre a invencibilidade persa, que paralisou a mente dos homens da época por vários anos… desta forma, assegurou para o ocidente os tesouros intelectuais de Atenas, o crescimento de instituições livres, o iluminismo liberal ocidental e a ascensão gradual, durante séculos, dos princípios da civilização europeia."

Chego, assim à conclusão de que, provavelmente, devo a minha existência, à existência deste bravo maratoniano dos tempos de antanho.

Um agradecimento do tamanho das minhas dezanove maratonas a este herói grego!

João Fidípedes






sábado, 20 de julho de 2019



JOAQUÍN SABINA

"Se uma livraria me vendesse um livro sobre Sabina que não falasse sobre drogas, prostitutas e álcool, eu a denunciaria por fraude e pediria o dinheiro de volta"

Afirmação de Joaquín Carbonell, compositor e jornalista espanhol a propósito da sua biografia do músico Joaquín Sabina.

Nascido em 12 de Fevereiro de 1949, cantor e compositor espanhol. O seu trabalho de maior sucesso é o "19 Días y 500 Noches de 1999". Dele diz ser o disco da sua vida, o seu melhor disco. A voz gravada era a sua voz natural, dura e crua, um álbum desnudado, todo ele era aquele álbum.
Filho de um comissário de Polícia foi por seu pai detido por ser militante do Partido Comunista Espanhol, em 1970. Chega a lançar um cocktail molotov contra uma sucursal do Banco Bilbao, tendo-se exilado em Londres.

Medium.com

Encanta-me ouvir a sua voz poderosa e o sentido e significado das suas letras.
Não pode deixar ninguém indiferente quem sempre foi incómodo para com a ditadura e pelos valores morais conservadores dominantes. 
A música sempre foi uma arma para este andarilho asturiano.

João Andarilho


https://youtu.be/InRjBBTAR2I

terça-feira, 16 de julho de 2019



A LISBOA ENCANTADA


Lisboa é arrebatadora pela luz que irradia, pelas colinas de que é moldada, pelo casario típico  alfacinha e pelas suas gentes e cultura. No meio de tanta diversidade de espaços e de gentes existem alguns que trazem muita singularidade à cidade como seja o caso de alguns pátios e  vilas no seu interior.
Nasceram da necessidade de alojar uma massa de operários que aportaram à grande metrópole com o advento da industrialização, espaços que eram propriedade dos próprios industriais que alojavam essas famílias a troco de arrendamento e que, por sua vez, também aí residiam mas em espaço mais afastado e recatado.
Estes pátios ou vilas são constituídos por uma pequena rua ladeada de pequenos edifícios de alojamento familiar de dois ou três andares e isolados do exterior por uma entrada com portão.

É o caso da Vila Berta que tive oportunidade de conhecer, situada na Rua do Sol à Graça.



Estas vilas ou pátios, constituem sem dúvida um importante espaço social  na simbiose de gentes que a habita e a arquitectura que a caracteriza. Senti-me com imensa vontade de me mudar porque aquilo é deveras encantador. Do que me foi dado observar, existem habitantes de nacionalidade estrangeira mas europeia o que não é de estranhar. Estamos mesmo na moda e já começa a fartar. Com tanto estrangeiro a querer por cá viver nos nossos bairros de tradição nossa, alfacinha, com o seu encanto próprio, o risco é que tudo isso se perca no futuro com a descaracterização consequente. As autoridades têm que resolver esta problemática que é muito real. 




A "nossa" Vila Berta, foi projectada e  construída por Joaquim Francisco Tojal, construtor civil, entre 1909 e 1911, na Quinta do Alcaide Fidalgo na encosta da colina da Graça.
O "pato bravo", sem desprimor, teve 5 filhos e deles apenas um era do sexo feminino a quem foi posto o nome de Bertha. A bebé Bertha deu assim nome à vila construída pelo seu pai.
É composta por um conjunto harmonioso de prédios alinhados frente a frente ao longo de uma rua interior, coroada por um edifício principal que forma um espectacular arco de entrada na vila.


Os edifícios têm tipologia distinta mas que formam um contraste harmonioso. De um lado da rua temos habitações modestas para os operários naquela época, de fachadas mais austeras e no outro, habitações burguesas para rendimento, mas estas com graciosas fachadas, com varandas e pátios ornamentados e projectados sobre a rua e que se estendem por esta.
É esta estética que faz desta vila um marco arquitectónico de referência desta arrebatadora cidade de Lisboa.





Aconselho vivamente ao descobrimento destas ilhas para a maioria desconhecidas, autênticas pérolas do nosso contentamento.

João Alfacinha

sábado, 13 de julho de 2019



O CASTELO

Por incrível que pareça o "nosso" Castelo de São Jorge como se apresenta hoje em dia, nada tem a ver com aquilo que foi durante as várias dinastias que governaram o país e a cidade. 


Este castelo, tal como está, tem cerca de 80 anos de idade e foi reconstruído entre 1938 e 1940, numa primeira fase, a partir das fundações da fortaleza original. Tudo de acordo com um plano ideológico delineado pelo ditador, no sentido de exaltar o orgulho português e numa altura em que se comemoravam os 800 anos da fundação de Portugal. Uma segunda fase caracterizou-se por obras de restauro e reconstituição do castelo ou fortaleza, o restauro de muralhas da Alcáçova e a abertura de um percurso exterior às muralhas norte e oeste.
O que é um facto é que, longos anos após a última vez que por ali deambulei, resolvi voltar e explorar aquele pedaço da história da nação. Se bem pensei melhor o fiz e em boa hora, porque toda a envolvência que se descobre a nossos pés observada do cimo da colina é, simplesmente, arrebatadora!


 A mais bela cidade do planeta é-nos revelada em todo o seu esplendor! A luz fere-nos a retina, a imponência do estuário separando as margens, esmaga-nos. Ao fundo a Ponte 25 de Abril onde junto ao seu funil na margem sul e na colina adjacente, Cristo Rei nos abraça e nos protege, mau grado os protestos de almadenses a quem supostamente terá virado costas. Ainda na outra margem e em destaque, os antigos estaleiros da Lisnave, espaço de luta e sofrimento de milhares de operários. A magnífica Praça do Comércio, Terreiro do Paço onde o traidor Miguel de Vasconcelos foi defenestrado. 


Mais junto às muralhas o casario do Castelo, de Alfama e da Graça. Ao longe, a Praça D. Pedro IV, mais conhecida pelo Rossio, a Praça da Figueira e o Martim Moniz, de novo entaipado esperando nova intervenção. 




Vislumbra-se, ainda, a Praça dos Restauradores e a colina adjacente que sobe pela Glória até ao Bairro Alto e ao Jardim de São Pedro de Alcântara. A visão e memória  adivinham a Avenida da Liberdade pelo rasto deixado pelo seu arvoredo disposto de uma forma rectilínea em direcção à Praça do Marquês de Pombal, sede dos festejos da bola por parte de adeptos vestidos de encarnado e perante o ar majestoso do Marquês e o  rugir de espanto do Leão.


Mais longe o altivo Sheraton agora ladeado por outro vizinho de envergadura. Para ocidente um casario que não acaba mais e para onde a vista se perde. À nossa frente a frente ribeirinha onde se destaca o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa e a sua envolvência moderna e renovada. 


Mais perto, o Chapitô, ali A Igreja de São Vicente, o Panteão Nacional (ainda tenho uma secreta esperança de ali vir a ser sepultado) e Santa Apolónia.




Descansei um pouco a vista e fui ao encontro do Castelo. Espaço reconstruído e bem preservado vastamente envolvido por vegetação e arvoredo de grande porte, é muito agradável de percorrer e descansar. Para quem estiver interessado em almoçar ou jantar existe a "Casa do Leão" onde pude observar que as refeições, apesar do lugar histórico onde se mostra inserido, não serem demasiado caras. 



 Podemos deambular pelas suas muralhas, visitar um espaço arqueológico  e, ainda o museu, com muito material que foi sendo descoberto ao longo de milhares de escavações. Para sair do museu, obrigatoriamente temos de passar pela loja de "recuerdos". Faz-me lembrar o IKEA.


A estrutura que gere o Castelo é uma estrutura profissional em consonância com os milhares de turistas que o aportam. É impressionante a quantidade de visitantes de todas as nacionalidades que, em levas, sobem a colina em direcção ao Castelo e aos nossos bairros históricos. 


Quem a vê e quem a viu a tua menina e moça ó Beatriz Costa

LISBOA!

João Olíssipo


sexta-feira, 12 de julho de 2019



HISTÓRIA DE LISBOA AOS QUADRINHOS

Quem neste mundo poderá afirmar não gostar de BD ?
Fiquei encantado com estes quadrinhos que descrevem, magnificamente, a história da nossa cidade de Lisboa, de uma maneira simples e divertida. 
Eis a obra …




























...da autoria de Nuno Saraiva.

Poderá ser visitada junto ao Miradouro das Portas do Sol em Alfama, no acesso aos Lavabos Públicos aí existentes.

***

NUNO SARAIVA ART

Para mim um desconhecido até ter descoberto estes maravilhosos quadrinhos de sua autoria, o que me moveu  curiosidade em conhecer um pouco deste artista:
Lisboeta, nascido em 27 de Agosto de 1969, é professor de banda desenhada e de cartoon político na Escola de Artes Ar.Co (Escola de Arte e Comunicação).
Tem publicado banda desenhada desde 1993, na imprensa portuguesa desde o Fiel Inimigo ao Expresso. Foi co-autor, com Júlio Pinto, da "Filosofia de Ponta", publicada no Independente. Actualmente, publica no gratuito Rosa Maria, jornal da Mouraria, a série "A Vida em Rosa", a par da série "Na Terra como no Céu", no semanário SOL, onde ilustra a colecção de cromos "Eusébio". Com João Miguel Tavares, editou o polémico livro infantil "A Crise Contada Às Crianças", cuja baptismo teve a bênção de um ministro das finanças de que o autor se arrepende tremendamente.

Nuno Saraiva



















  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...