terça-feira, 16 de julho de 2019



A LISBOA ENCANTADA


Lisboa é arrebatadora pela luz que irradia, pelas colinas de que é moldada, pelo casario típico  alfacinha e pelas suas gentes e cultura. No meio de tanta diversidade de espaços e de gentes existem alguns que trazem muita singularidade à cidade como seja o caso de alguns pátios e  vilas no seu interior.
Nasceram da necessidade de alojar uma massa de operários que aportaram à grande metrópole com o advento da industrialização, espaços que eram propriedade dos próprios industriais que alojavam essas famílias a troco de arrendamento e que, por sua vez, também aí residiam mas em espaço mais afastado e recatado.
Estes pátios ou vilas são constituídos por uma pequena rua ladeada de pequenos edifícios de alojamento familiar de dois ou três andares e isolados do exterior por uma entrada com portão.

É o caso da Vila Berta que tive oportunidade de conhecer, situada na Rua do Sol à Graça.



Estas vilas ou pátios, constituem sem dúvida um importante espaço social  na simbiose de gentes que a habita e a arquitectura que a caracteriza. Senti-me com imensa vontade de me mudar porque aquilo é deveras encantador. Do que me foi dado observar, existem habitantes de nacionalidade estrangeira mas europeia o que não é de estranhar. Estamos mesmo na moda e já começa a fartar. Com tanto estrangeiro a querer por cá viver nos nossos bairros de tradição nossa, alfacinha, com o seu encanto próprio, o risco é que tudo isso se perca no futuro com a descaracterização consequente. As autoridades têm que resolver esta problemática que é muito real. 




A "nossa" Vila Berta, foi projectada e  construída por Joaquim Francisco Tojal, construtor civil, entre 1909 e 1911, na Quinta do Alcaide Fidalgo na encosta da colina da Graça.
O "pato bravo", sem desprimor, teve 5 filhos e deles apenas um era do sexo feminino a quem foi posto o nome de Bertha. A bebé Bertha deu assim nome à vila construída pelo seu pai.
É composta por um conjunto harmonioso de prédios alinhados frente a frente ao longo de uma rua interior, coroada por um edifício principal que forma um espectacular arco de entrada na vila.


Os edifícios têm tipologia distinta mas que formam um contraste harmonioso. De um lado da rua temos habitações modestas para os operários naquela época, de fachadas mais austeras e no outro, habitações burguesas para rendimento, mas estas com graciosas fachadas, com varandas e pátios ornamentados e projectados sobre a rua e que se estendem por esta.
É esta estética que faz desta vila um marco arquitectónico de referência desta arrebatadora cidade de Lisboa.





Aconselho vivamente ao descobrimento destas ilhas para a maioria desconhecidas, autênticas pérolas do nosso contentamento.

João Alfacinha

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