sábado, 21 de setembro de 2019



E DE REPENTE...


Andando em passeio descontraído após um rápido almoço cuja ementa não me ficou na memória e com o fito de ajudar ao processo digestivo, desloquei-me em direcção ao passeio ribeirinho no Parque das Nações, nas cercanias do hotel que está hospedado na Torre Vasco da Gama. Francamente gosto de me misturar naquelas ruas tranquilas e isoladas que fazem aquela recente freguesia de Lisboa e da Lisboa oriental. Da Rua de Moscavide, atravessando a Alameda dos Oceanos em direcção à Rua Ilha dos Amores, passando pelas Rua das Buganvílias e pelo Passeio Júlio Verne, de repente desemboquei no Passeio dos Jacarandás, um pequeno pátio em calçada portuguesa onde, na parte central, se ergue um conjunto de pérgolas cobertas de vegetação e buganvílias, num ambiente tranquilo e prazenteiro. 



Olhando para a direita, vou à descoberta daquilo que constitui uns pequenos muretes com chão desnivelado despertando a curiosidade do passante. É então que me dou com uma obra de arte que passa despercebida, constituída por um pequeno tanque com água, formando um espelho de água, de onde sobressaiam 69 pequenas esculturas de homenzinhos verdes, assentes em pequenas bolachas redondas. A partir de onze orifícios dos seus corpos (olhos, orelhas, nariz, boca, mamilos, pénis e ânus), saiem pequenos esguichos de água projectados contra as esculturas adjacentes, provocando uma sensação agradável e fresca, sonora e visual. Tudo isto num espaço cercado de edifícios de habitação, porém num belo equilíbrio paisagístico. 





O artista chama-se Fabrice Hybert, francês, nascido em 1961 e a obra ali nasceu no ano de 1998, feita em resina e aço inoxidável.



Pesquisando um pouco sobre o significado e compreensão do que pretende comunicar através das suas obras, fica-se um bocado confuso com a linguagem absurdamente técnica do meio artístico. Por isso prefiro que seja o receptor final, eu, tu e todos nós que admiramos de uma forma totalmente subjectiva, a expressar o sentimento que resultou desta experimentação.

Lisboa é linda e fácil é amá-la a oferecida.

João Andarilho

Sem comentários:

Enviar um comentário

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...