terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Diário de Notícias

 


Diário de Notícias


Fundado em 29 de Dezembro de 1864, teve como seu primeiro director e fundador, Eduardo Coelho. Sucederam-lhe 29 directores e, pela primeira vez, desde 09-11-2020, é dirigido por uma senhora, jornalista, Rosália Amorim, tornando-se a 31ª directora do mais antigo diário do país.

Hoje, 29-12-2020, no dia em que completa 156 anos é também o dia em que reaparece na sua forma normal e habitual, impresso em papel, o que estrondosamente se aplaude! Para celebrar tão esfuziante acontecimento, nada como oferecer aos seus leitores uma magnífica garrafa de espumante (produzida em Espanha). Brindemos, então, ao reaparecimento físico do prestigiado Diário de Notícias

" ... Também em 2020, na mesma data improvável de 29 de Dezembro, entre as festas natalícias amarradas por uma máscara e um contexto difícil de pandemia - com uma crise económica e social que avança no país e no mundo -, o Diário de Notícias renasce. Sólido nos valores e na missão de informar com verdade, seguro pelos seus alicerces com 156 anos e com a ousadia de regressar à edição em papel, quando a tendência geral passa por edições online, (onde o site dn.pt tem batido sucessivos recordes de audiências), o Diário de Notícias surge hoje com um número especial, a partir do qual se inicia uma nova etapa que recupera a presença diária nas bancas, sem descurar o digital" - Transcrição de parte do seu editorial.




Coincidência feliz, ter encontrado (encontro improvável) precisamente, hoje, o meu camarada e amigo João Ferreira, que me deu conta deste feliz acontecimento do qual já tinha ouvido falar como perspectiva de vir a acontecer a curto prazo! Ele há coincidências do "camano". Obrigado meu chapa.

Faço votos para que o "nosso" Diário de Notícias seja editado sempre com uma edição em papel e que procure ser eticamente comprometido com o pluralismo de opinião, com a verdade e isenção, objectivo e assertivo.



Caricatura da autoria de André Carrilho publicada na primeira página, intitulada "O Mundo em 2021".
Nela se podem observar referências a vários acontecimentos que fazem a actualidade tais como o centenário do PCP, os Jogos Olímpicos de Tóquio, o melhor jogador de futebol do século, o português Cristiano Ronaldo, a passagem de testemunho da presidência da União Europeia da Alemanha para Portugal, a ansiada vacinação generalizada contra a pandemia, a vassourada do Trump pelo Biden, a poderosa China e os reequilíbrios geo-estratégicos, as eleições presidenciais em Portugal e o fanatismo islâmico em Cabo Delgado.

João Andarilho

domingo, 27 de dezembro de 2020

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

MASSACRE

 MASSACRE  (Herdade da Torre Bela) Dezembro de 2020 

Quando os animais andam à solta...


Foto da Revista Sábado 

João Andarilho 

sábado, 19 de dezembro de 2020

ENGRAXADOR (história)

 

Engraxador                 ( história) 


Foi no século XIX, em 1806, que terá surgido a profissão de engraxador no momento em que um operário poliu as botas de um general francês. Em troca, o operário foi recompensado com uma moeda de ouro.

E foi em 1890, que Morris N. Kohn criou a cadeira de engraxador, invenção que melhorou a profissão. No século passado era uma profissão com muita clientela e os engraxadores não tinham mãos a medir. Hoje em dia, talvez porque o género de calçado seja diferente, seja por desleixo ou preguiça, o certo é que o engraxador é mais uma profissão em risco de extinção. É de lamentar e desalentoso verificar a degradação e desaperecimento de costumes e tradições

João Andarilho 


O Engraxador

O ENGRAXADOR


Esta semana resolvi dar gracha, literalmente. O engraxado não foi mais nem menos do que o meu mais recente par de sapatos, comprado dias atrás. Se melhor o pensei melhor o fiz porque fui encontrar, na baixa de Lisboa, o Sr. Jorge, engraxador de profissão. Sentei-me a preceito no banco acoplado à caixa da graxa, alcei o pé e pousei-o no engate para fixar o sapato e vamos lá disto. Com vista privilegiada para a Praça D. Pedro IV, fiquei deleitado com a beleza da praça do Rossio, abrilhantada com o luzir das lâmpadas natalícias e com o escorrer da conversa nesse fim de tarde. Do grande Agostinho passando pelo Lopes e o Mamede e terminando na dureza da vida e na dificuldade de subsistir, foi um ápice o tempo que durou o acto de engraxar. € 3,00 foi o que me foi pedido pelo pagamento do serviço prestado. De bom grado lhe estendi uma nota de cinco. Keep the change my good George. Até à próxima e obrigado. Não sei se alguma vez o sentiram, mas cada vez que um homem engraxa os seus sapatos o peito enche-se-lhe de orgulho. 




João Andarilho 

 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

OS PIDES



OS PIDES


Não pude resistir a transcrever o relato divertidíssimo de uma tertúlia entre bons amigos e camaradas, entre os quais, Ary dos Santos, ocorrida numa noite ainda sob a pata do tenebroso regime do Salazar:

" Referia-se a si mesmo como a Tia.

Num país cinzento, triste e conservador, cruzou os céus como um brilhante cometa. Trouxe para o povo das ruas a poesia fechada em livros e salões.

Passava os dias a trabalhar, mas as suas noites eram de estroina. Copos e celebrações continuas. Homossexual, provocador, grande e briguento, às vezes a sua presença transformava em batalha campal uma noite que estava a ser de tédio. 

Por volta de 1970 na zona da Estefânia, num almoço de amigos na casa de um camarada, num primeiro andar. Nada de grandes excessos porque na rua pacata e a vizinhança mantém próxima a vigilância, quase tão próxima como a PIDE que tinha debaixo de olho aqueles perigosos terroristas que escreviam versos e cantavam canções acompanhados à guitarra. 

Pelo final da tarde, estando os amigos a ouvir uns discos de vinil, a PIDE interrompeu o convívio. Bateu à porta e quis identificar toda a gente. 

Enquanto o dono da casa, na casa de banho tentava fazer desaparecer pelo cano alguns papéis comprometedores, um PIDE revistava a casa enquanto outro mantinha toda a gente na sala. 

A Tia, bem bebida, acabou com o assalto da polícia política quando se despiu e completamente nu, saiu para a varanda daquele primeiro andar e gritou na sua voz que todos conhecemos e que chegava à Almirante Reis:

-- Socorro, socorro, estão aqui dois pides que me querem violar... 

O pide ao tentar agarrar o corpo nu do poeta na varanda e trazer para dentro da casa, dava mais credibilidade à história. 

A vizinhança toda à janela. 

Claro que os pides desistiram de identificar os perigosos subversivos.

Mal sairam, a Tia voltou à sala e naquele tom teatral disse:

-- vocês já viram o que estas paneleiras fazem para me verem nu!?!??

Parabéns Tia. Farias hoje 83 anos e fazes falta camarada."

Créditos: Hélder Menor

SARAMAGO

SARAMAGO 


"Creio que a morte é a inventora de Deus. Se fôssemos imortais não haveria necessidade da invenção de Deus "

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O ARQUITECTO

 

O ARQUITECTO

Gonçalo Ribeiro Telles, era arquitecto paisagista, activo defensor de uma sociedade sustentável, ecologista convicto. Monárquico assumido sempre se pautou por ser um Homem vertical, humanista e activista de causas ecológicas e apologista de um planeta mais verde. Toda a vida travou grandes batalhas contra os poderes instalados em defesa das suas convicções, em defesa do cidadão. A sua espada era a defesa do meio ambiente e o combate à poluição do nosso planeta. Em suma, tomava o lado do cidadão, falava por todos nós. Por isso e também por isso, era uma figura que incutia ternura e merecedora da simpatia e apoio em todos os quadrantes da nossa sociedade. Nasceu em Lisboa em 25 de Maio de 1922 e faleceu em 11 de Novembro de 2020.









Créditos do autor


Em homenagem à sua figura de Grande Cidadão português, STYLER, outra incontornável figura do nosso meio artístico, ligado ao grafitismo  e pinturas murais, muito bem, resolveu prestar tributo ao Grande arquitecto Ribeiro Telles. Se bem pensou melhor o fez, criando um belo mural na amada cidade natal do arquitecto, pintando motivos ligados à natureza, ao campo e aos jardins tão caros ao paisagista. Como corolário a magnifica pintura do rosto do nosso saudoso concidadão.

João Andarilho

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

AUTOPSIGRAFIA

 Fernando Pessoa morreu em 30 de Novembro de 1935



O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.



E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.



E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.



«Fernando Pessoa», in 'Cancioneiro'

Trecho do poema Autopsigrafia 

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...