sexta-feira, 1 de janeiro de 2021


 CARLOS DO CARMO





No Castelo, ponho um cotovelo

Em Alfama, descanso o olhar

E assim desfaço o novelo de azul e mar




À Ribeira encosto a cabeça

A almofada, da cama do Tejo

Com lençóis bordados à pressa

Na cambraia de um beijo




Lisboa menina e moça, menina

Da luz que meus olhos veem tão pura

Teus seios são as colinas, varina

Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada

Toalha à beira mar estendida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida




No Terreiro eu passo por ti

Mas da Graça eu vejo-te nua

Quando um pombo te olha, sorri

És mulher da rua

E no bairro mais alto do sonho

Ponho o fado que soube inventar

Aguardente de vida e medronho

Que me faz cantar




Lisboa menina e moça, menina

Da luz que os meus olhos veem tão pura

Teus seios são as colinas, varina

Pregão que me traz à porta, ternura

Cidade a ponto luz bordada

Toalha à beira mar estendida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida




Lisboa no meu amor, deitada

Cidade por minhas mãos despida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida




Poema de José Carlos Ary dos Santos, Joaquim Pessoa e Fernando Tordo com música de Paulo de Carvalho






    21-12-1939/01-01-2021

Obrigado Mestre 

Sem comentários:

Enviar um comentário

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...