O SONHO
A 10 anos de distância vejo-me viajando no meu DronoCar (se calhar não, pois já não terei direito à revalidação da licença de condução do boguinhas de 4 rodas) evitando, assim, ainda alguma improvável fila nos asfaltos. Do alto da minha nave, seguindo pelo corredor aéreo legalmente definido, olhando a bombordo, sorrio à vista de alguns AgriDrono levitando, de Norte para Sul de Este para Oeste, no processo de fertilização de campos agrícolas a perder de vista. Das altura, ainda me é possível constatar, nos corredores destinados, à variedade de CargoDrones dirigindo-se à multiplicidade de destinos das suas cargas. Distraído, nem me dou conta dos DronoCars que me antecedem e que, não fora a condução totalmente automática e autonomizada do meu calhambeque, haveria a certeza de choque rodoviário. Prosseguindo viagem, rapidamente parqueio na garagem da minha residência a tempo de recepcionar o "take away" de Muamba de galinha antecipadamente encomendado e que me foi entregue pelo CargoDrone "Bom Garfo Lourim". Após fausto repasto e abençoada sesta, decido, com um estalar de dedos ter acesso à visualização da última obra de Quentin Tarantino, completamente remasterizada, no meu VisionvirtualSpace Trinitron, em 3 dimensões, que me deixa completamente absorto e íntimo dos seus intérpretes. De repente, ribombeia um trovão e começa a nuviscar. O céu rasga-se como um pano velho e acordo despedaçado. Tudo não tinha passado de um sonho, ainda...
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Retirado da Internet |
João Andarilho
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