POUCO E SER FELIZ
Quando era jovenzinho, vivia eu em Abrantes, sonhava pelo dia em que, com a feira, vinham atrelados uma espécie de feira popular com a Roda grande, as barracas de comes e bebes e do tiro ao alvo (como eu sou bom atirador e feliz com estas pressões de ar! ), os carroceis, toda aquela agitação dos pregadores do mais barato par de cuecas e de meias da cidade e de Portugal inteiro. Mas, sobretudo, com a chegada dos carrinhos de choque! Era mágico, grandioso! Quando via nas mãos aquelas fichas milagrosas, era o chaval mais feliz da terra e também dos arredores. Ficava roído de inveja quando os meus amigos as tinham e eu não tinha pilim. Raios! corria de um pulo (reparem só na velocidade) a casa e tinha de desencantar todos os 10 tostões que conseguisse, só para voltar a ser feliz. Como era preciso nada para ser feliz!
Lembrei-me desta recordação para fazer uma analogia com o dia no meu local de trabalho. A emoção é tamanha que pareço um carrinho de choque carregado com as fichas todas...
João Andarilho
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