DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM
Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto.
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3.º
Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Blá, blá blá
Hoje recebi a notícia de que a uma pessoa amiga lhe foi diagnosticado um câncer na próstata, presumivelmente maligno e presumivelmente de grau 4. Não me sinto confortável em escrever sobre este infortuno acontecimento que condói uma família.
Mas queria desabafar e o meu desabafo é este: cada vez mais se tem notícia do flagelo que é para a humanidade, o aparecimento deste género de doenças supostamente de difícil cura quando em estado mais avançado.
Isto dá-me azo a divagar. A humanidade está perdida quando o que deveria ser prática dos estados e que se encontra consagrado na Lei Universal dos Direitos do Homem , não é posto em prática. O direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, todos são iguais perante a lei e sem qualquer discriminação, é letra morta.
E é letra morta porquê? Porque a sociedade tal como existe é uma sociedade que tenta sobreviver ao garrote de quem a explora. É um mundo cão. Quando deveria haver direito ao trabalho, justamente remunerado e em igualdade de género, o direito à saúde e à educação tendencialmente gratuita, o direito à fruição da cultura e a promoção da actividade física pelo Estado, quando o homem e a mulher deveriam ter horários de trabalho compatíveis com o bem estar da família, quando finalmente o semelhante fosse compreensível e tolerante para com o outro, as doenças, crónicas, benignas ou malígnas, não teriam tendência a manifestar-se.
Isto é um problema que terá de ser resolvido pela sociedade e fundamentalmente por ela.
Andamos a matar-nos uns aos outros, pelo ciúme e pela inveja, pela falta de oportunidades, pela promoção, por mais dinheiro, porque este é preto e aquele amarelo e não vemos que a felicidade não é isso nem está aí. Às vezes basta olhar para o lado e encontrá-la nos olhos brilhantes do pequenino seu filho ou no olhar ternurento do amor da sua vida.
Falta virar a página para que o milagre aconteça e não aconteça chegarmos ao dia da desesperança em que, fazendo uma retrospectiva da vida, chegarmos à horrível conclusão de que foi um grande desperdício.
Arrepiemos caminho quanto antes.
João Andarilho
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