MACABRO
Como se tem vindo a constatar um pouco por todo o mundo, começam a ressurgir os fantasmas do fascismo e nazi-fascismo e de regimes conotados com ideias ligadas a esses tipos de ideologia, que têm a sua origem numa abordagem e propagandas populistas, em face das crises políticas e económicas que por este mundo grassam. Tais crises provêm dos finais dos ciclos de produção capitalista «devido ao excedente absoluto de capital o que, sem condições objectivas de realimentar o circuito de valorização, a queima da riqueza se torna um imperativo do metabolismo do capital». A consequência imediata são os cortes salariais dos operários e da classe trabalhadora, os despedimentos e os cortes no investimento público, levando à degradação da qualidade de vida das populações. Este clima de descontentamento é aproveitado por esses grupos ligados à extrema direita e populistas e em alguns casos usando da violência, para atingir os seus objectivos de tomada do poder de uma forma democrática, resultante da consulta às urnas.
Um exemplo extremo demonstrado nas urnas, foi a ascensão do partido nazista na Alemanha, apoiado pelos grandes grupos económicos alemães. Um regime bárbaro e criminoso que deu origem à guerra mais devastadora em termos de destruição e perda de vidas da humanidade.
Existe até um lado macabro da governação nazista: « foi o primeiro regime no mundo a reconhecer o direito dos cães, em 1933. No ano em que Hitler abre o campo de concentração de Dachau, para prisioneiros comunistas, trotskistas e social-democratas e líderes dos sindicatos, fez inflamados discursos públicos contra a crueldade contra os animais e, em 1934, proibiu a caça. Em 1937, regulou o transporte de animais por estrada e, em 1938, o de comboio para que os animais fossem transportados em condições decentes, (os mesmos vagões onde os judeus iriam como porcos a caminho da morte). Hitler proibiu, ainda, as experiências científicas com animais, mas fez experiências com judeus, acusados de serem não-humanos por… praticarem uma medicina que usava os animais para experiências.»
Fonte: Raquel Varela (historiadora)
João Andarilho
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