sexta-feira, 11 de janeiro de 2019




PORTUGUÊS

É a nossa língua materna, é o nosso porto de abrigo, comunicamos e escrevemos em português é o meio priviligiado de nos relacionarmos em todo o continente, nas ilhas, nas ex: colónias e em todo o planeta onde haja gente que o entenda. Mas também somos um povo que, facilmente, consegue entender-se noutros idiomas, quer aprendendo quer comunicando por gestos ou falando "portunhol".
Por outro lado, na minha maneira de ver, nada impede que possuamos habilitações no linguajar de outras línguas e até é importante que as adquiremos pois a globalização e a facilidade com que nos comunicamos com o exterior hoje em dia, a isso quase obriga. 
Mas daí a que nos queiram impor como língua comum num futuro a longo prazo, no caso o Inglês, tendo como consequência o desaparecimento das várias línguas nativas, acho escandaloso. Por isso, o aprendizado do maior número de línguas oficiais no nosso país, nas escolas, deve ser potenciado para impossibilitar a que a língua portuguesa venha a ser extinta por falta de comunicantes.

Infra, junto uma opinião que alerta para os perigos que as línguas nacionais na UE correm, com esta política de lingua comum.

                                                                              *

Jorge Fonseca de Almeida*, especial para O Lado Oculto
"A minha Pátria é a Língua Portuguesa"
                                          Bernardo Soares

Está em curso na União Europeia uma política alemã não declarada mas em firme e rápida implementação de unificação linguística. Essa unificação passa por 1) adoção de uma língua única no seio das instituições europeias; 2) ensino de uma segunda língua comum.

O inglês já é, de facto, a língua única em várias instituições europeias e o ensino generalizado do inglês está em vias de se fazer (a grande maioria dos países já ensina o inglês a mais de 90% dos alunos do ensino secundário, embora Portugal, com apenas 63%, seja a única exceção).

Assim, num primeiro momento está a ser implantada uma política medieval de uma língua da corte (na altura o latim) para uso entre as instituições e em simultâneo, porque a primeira não é sustentável a prazo, a da forçada aprendizagem do inglês como língua comum, dado que o alemão é demasiado minoritário para poder ser imposto.

Por esse caminho, a prazo o português será classificado como língua de uma minoria étnica e eventualmente a deixar de ser língua de escolarização e de interacção com as instituições públicas, mesmo em Portugal. Recorde-se que o conceito de língua minoritária está, muitas vezes, associado a uma língua falada num pequeno território (Hornsby e Agarin, 2012).

Mas como diz Eric Garland “A pressão da globalização sobre as línguas minoritárias é inegável e muitas irão certamente desaparecer. Contudo, a extinção não é uma inevitabilidade” (Garland, 2006). Na verdade tudo depende de nós.
É, pois, necessário resistir a esta política, mantendo a nossa língua, aumentando as publicações e o seu uso, mesmo em artigos científicos, e diversificar as línguas estrangeiras ensinadas aos nossos jovens e crianças.

Uma forma de resistir é respeitar em Portugal as línguas minoritárias dos portugueses, a começar com a língua cabo-verdiana, que merece o estatuto de língua oficial no nosso país – outras com menos falantes assim são reconhecidas noutros Estados.



• Economista, MBA

João Andarilho



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