sábado, 6 de abril de 2019





BOATO


No meu tempo chamava-se assim mesmo, hoje em dia chamam-se "fake news". É mais chique, cócó...tá na moda, porreiro pá.

Através dos poderosos mecanismos de controlo sobre a CS, mais fácil se torna lavrar terreno para que nele germine uma sociedade formatada e educada segundo São Capital, São Fascismo, ignorante e disciplinada. Aqui o papel das "fake news", no meu tempo era o boato, é peça fulcral e da inação popular e no seu atavismo bacoco, não é necessário que o boato se escreva muitas vezes para passar a ser uma verdade redundante. Pobre povo, pobre nação…

Já em 75 nos falava Vasco Gonçalves, como que premonitoriamente, acerca desta figura sinistra caraterística de gente perversa, numa entrevista à RTP, Rádio Televisão Portuguesa e não Rádio Televisão de Portugal, que passo a transcrever:

« Assim, ela ataca em todas as frentes (A Reacção), cria os boatos mais inverosímeis e seria, talvez, preciso criar a nível nacional um serviço antiboato, para esclarecer permanentemente as pessoas. Contudo, as pessoas devem, também, habituar-se a resistir à influência desses boatos. A lucidez política e ideológica, o próprio senso comum, deve levar as pessoas a não acreditarem em tudo o que lhes dizem, a raciocinarem, quer dizer, a verificarem na prática, pelos actos quotidianos, se determinados boatos correspondem ou não à realidade e então, com tanta frequência, mas não correspondem à realidade porque são boatos. A primeira atitude a ter é não acreditar no boato, até prova em contrário. Essa é que é a atitude científica. Primeiro a gente não acredita de facto nele, porque a experiência mostra-nos que 99,9 por cento dos boatos são mentiras: trata-se de lançar essa mentiras com objectivos determinados.»

***



45 anos após após o derrube do regime fascista de Salazar e Caetano, uma grande parte do nosso povo pouco ou nada sabe sobre o 25 de Abril de 1974, sobre os seus protagonistas e o que ele representou para o futuro da jovem democracia. Precisamente um dos protagonistas foi  Vasco Gonçalves, general das Forças Armadas, figura fulcral da revolução do Movimento das Forças Armadas e do Pacto Povo/MFA.


Anexo o seguinte link com uma descrição sumária deste chefe militar, conhecido e imortalizado por "Companheiro Vasco", extraída da secção em Português do Marxist Internet Archive, e incluída no blogue " Associação Conquistas da Revolução".

https://www.marxists.org/portugues/goncalves-vasco/index.htm



Sem comentários:

Enviar um comentário

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...