quinta-feira, 18 de abril de 2019




LISBOA COM HISTÓRIA

Logo ao lado do antigo Braganza Hotel, saindo da Rua Vítor Cordon, entramos pela Rua António Maria Cardoso abaixo em direcção ao Chiado. Chiado Terrace e São Luíz Cine, eram duas casas de cinema que enchiam de gente esta rua do centro de Lisboa. A primeira construída de raiz em 1908 e a segunda, adaptada ao cinema em 1928. Metropolis, de Fritzlang, foi o primeiro filme em cartaz.
Actualmente, o Chiado Terrace é o Consulado-Geral do Brasil.


Nesta rua, funcionou também, até ao 25 de Abril de 1974, a famigerada sede da polícia política do regime fascista, a PIDE/DGS, agora transformado em condomínio de luxo, certamente em homenagem à tortura a que foram submetidos milhares de presos políticos.




A António Maria Cardoso, a Vítor Cordon e a Paiva de Andrada, são três ruas cujos nomes têm a ver com a resposta de Lisboa ao Ultimato inglês de 1890, dado tratarem-se de três exploradores da chamada áfrica portuguesa e que baptizaram, assim, três dos arruamentos da nossa capital.

 A meio desta rua, entroncamos, ainda, com umas escadinhas, a que foi dado o nome de Travessa dos Teatros e que nos levam até ao Largo do Picadeiro mais abaixo.


Chegados ao Largo do Chiado, cumprimentamos António José Chiado, poeta do séc. XVI, na pessoa da sua estátua, que acena prazenteiramente ao poeta Pessoa que, à sua frente, bem sentado e de perna cruzada, aguarda por uma "bica" na Brazileira e finge ignorá-lo.








Decidimos, então, descer a Rua Garret, que se mostrava a abarrotar de turistas, vindos certamente de longínquas paragens, curiosos das nossas gentes e costumes e deparamos com casas cheias de tradição, como são a Paris em Lisboa ou a Livraria Bertrand.

 



 Ao fundo, divisa-se já a frontaria dos outrora famosos Armazéns do Chiado.


Viramos à esquerda e caminhamos pela Rua do Carmo em direcção à Praça D. Pedro IV, mais conhecida como Rossio. Sim, porque uma cidade que se preze tem que ter obrigatoriamente o seu Rossio, mas antes, namoramos com os armazéns Grandela e esticamos o pescoço para alcançar o topo do Elevador de Santa Justa. Não sei como aguenta o peso de tanto turista, tal era a fila para comprar o respectivo bilhete de acesso. 




Sempre por bom caminho seguimos e, finalmente, o Rossio, meta a alcançar, apinhado como de costume. A fome já subsistia, daí que resolvemos petiscar bem no centro da praça, nas barracas de comes e bebes que por estes dias montaram entre os dois lagos do largo e que, assim, deram bastante jeito. 



Olhando rapidamente o perímetro da praça, demos conta que todo o quarteirão de casario que vai da antiga pastelaria Suiça até à antiga Casa Moderna se encontra encerrado, uma vez que, igualmente, vai surgir um empreendimento de luxo para português ver.
Felizmente e olhando pela Rua da Betesga acima, se divisa o Castelo de São Jorge, património nacional e que dificilmente poderá ter semelhante destino, penso eu de que. A ver vamos…

João Olíssipo


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