O IMBONDEIRO
É recordação viva da memória, o imbondeiro plantado no início da minha rua na minha natal cidade de Luanda. Tinha nome do explorador português do Séc. XIX, Joaquim Rodrigues Graça, mas para mim é a Rua do Imbondeiro.
Sempre me fascinou a envergadura desta árvore, infundindo um sentimento de respeito e toda uma envolvência de mistério. O tronco bojudo com um diâmetro de muitos metros e a abertura desmesurada para o seu interior descobria uma enorme caverna. Era, de facto, desconcertante e intimidante.
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Ilustração Giulia-Cavallo (O Grande Embondeiro) |
O seu fruto é a múcua cuja casca pode ser utilizada como uma tigela ou uma malga. A polpa e a fibra da múcua são capazes de combater a diarreia, a disenteria e o sarampo e o seu núcleo combate a febre e inflamações no tubo digestivo; as sementes estão cheias de óleo vegetal podendo ser assadas, moídas e consumidas como bebida substituta do café.
Sendo sacrílego o seu abate, em caso último de necessidade a sua madeira poderá ser utilizada para a construção de instrumentos musicais e do seu núcleo extrai-se uma fibra forte usada no fabrico de cordas e linhas.
Por tudo isto o Embondeiro é África, Poesia, Mãe...
João Andarilho
Embondeiro ou Imbondeiro?
ResponderEliminarFantástico! Acho que há poucos dias estive sob a sombra magnífica de uma árvore majestosa... senti-me em África, por isso só poderia ser um Embondeiro, certo?
EliminarCertamente não era um Imbondeiro/Embondeiro (pode ser escrito das duas formas). Não seria um frondoso pinheiro?
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