quarta-feira, 30 de setembro de 2020

terça-feira, 29 de setembro de 2020

ADOLFO

 

ADOLFO


    Quando oiço este nome o meu sexto sentido activa um alerta de perigo que me deixa com a pelugem eriçada. Porém, ao escrever sobre o Adolfo, melhor, escrevendo sobre Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, aliás, Adolfo Luxúria Canibal, seu nome artístico, a pelugem não deixa de ficar eriçada mas por bons motivos. É espantoso o percurso de vida e artístico deste caluanda, nascido no dia de Natal de 1959. Diria que é um homem de grandes convicções que se manifestam no seu trabalho artístico, na sua maneira de ser e se reflectem na sua vida particular. 

    É tão rico aquilo que nos tem deixado nas suas andanças do teatro à música, passando por intervenções em áreas ligadas ao espectáculo e televisão que a cultura se tornou mais robusta, mais democrática, mas também mais polémica e rica.




   Documentado fica este link https://youtu.be/KlMAfciajyU para o trecho "A Minha Amada" incluída no álbum " No Fim Era o Frio", dos Mão Morta, banda de que é vocalista... simplesmente de outro Universo!

Deliciem-se...

João Andarilho

ADOLFO

 


https://youtu.be/zi-VCtHJp1o

BÓFIA
[Adolfo Luxúria Canibal / Zé dos Eclipses - Miguel Pedro]

O bófia empurrava-me e dizia para desandar. Eu não podia compreender porquê. Quis-lhe perguntar. O bófia sacou do casse-tête e deu-me com ele uma, duas, três vezes nos costados. Senti um choque eléctrico percorrer-me o corpo. E uma humilhação que não podia ficar impune. Não percebia por que é que ele me batia. Quis-lhe perguntar. Mas o gajo continuou a dar-me cacetadas e já outros bófias se aproximavam de casse-tête na mão. Não ia ficar para ali, especado, feito bombo da festa. Uma raiva surda trepava-me à cabeça. Ah, que raiva! Quando dou conta, mandava-lhe uma joelhada aos tomates. Senti-os a espalmar de encontro ao joelho. Já os outros bófias descarregavam sobre mim os seus casse-têtes virados ao contrário. Senti uma dor de vertigem quando um me acertou na cara. Percebi que a carne se rasgava e que um esguicho de sangue me inundava os olhos. Já me acertavam por todos os lados. Mas não interessava. Já nada interessava.

Sede de sangue!
Sede de sangue!
Sede de sangue!
Sede de sangue!

Já nada interessava. A não ser aquele bófia agarrado aos tomates. Num último esforço disparo-lhe um pontapé à cara. Assim, de baixo para cima - pás! Senti a biqueira da bota entrar-lhe pelas fuças dentro. Os ossos a quebrar. Os dentes a saltar numa baba de cuspe e sangue. Senti o olho a esborrachar-se sob a biqueira da bota. Os outros bófias continuavam a descarregar sobre mim os seus casse-têtes virados ao contrário. Mas eu já nada via. Só sangue. Dor. Senti-me dobrar. Cair. Aaaaaaaaaahhh!...












Foto retirada da internet

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

DYLAN

 



DYLAN


https://youtu.be/4K_YPW-_Vnk

Mozambique


I like to spend some time in Mozambique
The sunny sky is aqua blue
And all the couples dancing cheek to cheek
It’s very nice to stay a week or two
And maybe fall in love, just me and you


There’s lot of pretty girls in Mozambique
And plenty time for good romance
And everybody likes to stop and speak
To give the special one you seek a chance
Or maybe say hello with just a glance


Lying next to her by the ocean
Reaching out and touching her hand
Whispering your secret emotion
Magic in a magical land


And when it’s time for leaving Mozambique
To say goodbye to sand and sea
You turn around to take a final peek
And you see why it’s so unique to be
Among the lovely people living free
Upon the beach of sunny Mozambique

***

    Terceira canção do álbum "Desire", publicado em 1976. Esta canção saiu pouco depois da independência da ex: colónia portuguesa. Na letra, Dylan faz referência às belezas das suas paisagens, das suas praias e das suas gentes. Um país que tinha saído de uma guerra colonial que durou cerca de uma década até à independência, guerra que continuou apesar disso agora numa digladiação fratricida. Numa altura tão conflituosa, não deixou de ser estranha a ausência de tal referência na sua lírica, para mais vinda do cantautor rebelde que sempre o caracterizou.

João Andarilho







DYLAN

 


DYLAN

https://youtu.be/0Qyu_b__iKM

SARA

I laid on a dune, I looked at the sky
When the children were babies and played on the beach
You came up behind me, I saw you go by
You were always so close and still within reach

Sara, Sara
Whatever made you want to change your mind
Sara, Sara
So easy to look at, so hard to define

I can still see them playin' with their pails in the sand
They run to the water their buckets to fill
I can still see the shells fallin' out of their hands
As they follow each other back up the hill

Sara, Sara
Sweet virgin angel, sweet love of my life
Sara, Sara
Radiant jewel, mystical wife

Sleepin' in the woods by a fire in the night
Drinkin' white rum in a Portugal bar
Them playin' leapfrog and hearin' about Snow White
You in the marketplace in Savanna-la-Mar

Sara, Sara
It's all so clear, I could never forget
Sara, Sara
Lovin' you is the one thing I'll never regret

I can still hear the sounds of those Methodist bells
I'd taken the cure and had just gotten through
Stayin' up for days in the Chelsea Hotel
Writin' sad-eyed lady of the lowlands for you

Sara, Sara
Wherever we travel we're never apart
Sara, oh Sara
Beautiful lady, so dear to my heart

How did I meet you? I don't know
A messenger sent me in a tropical storm
You were there in the winter, moonlight on the snow
And on Lily Pond Lane when the weather was warm

Sara, oh Sara
Scorpio Sphinx in a calico dress
Sara, Sara
You must forgive me my unworthiness

Now the beach is deserted except for some kelp
And a piece of an old ship that lies on the shore
You always responded when I needed your help
You gimme a map and a key to your door

Sara, oh Sara
Glamorous nymph with an arrow and bow
Sara, oh Sara
Don't ever leave me, don't ever go


    O Nobel esteve em Portugal em 1965, passando um curto período de férias na companhia daquela que viria a ser sua esposa, Sara Lawnds. 
Na sequência dessa estadia e da certeza da ida a um bar onde previsivelmente terá consumido rum, Dylan terá apanhado uma intoxicação alimentar que o deixou derreado durante uma semana já fora do nosso rectângulo.
    Essa passagem surge imortalizada na letra da canção SARA,  na sua quinta estrofe, que o autor dedica a sua esposa:
"Drinkin' white rum in a Portugal bar". 

    Recuperado dessa intoxicação que o levou a reflectir sobre o caminho a prosseguir, editou aquele que viria a ser um dos grandes exitos da sua longa e brilhante discografia "Like a Rolling Stone". 
    Chegamos pois à conclusão que Portugal é um país que não deixa ninguém indiferente, para o bem ou para o mal. 

João Andarilho 

sábado, 19 de setembro de 2020

VÍCTOR


 VÍCTOR


Sentado no carro, estacionado, ouvindo a belíssima Sandra Nasic, momento lúdico que,  repentinamente, foi perturbado pela visão assustadora do Víctor atravessando a rua, de um lado para o outro, com a ajuda de uma canadiana, de passo curto, cambaliante, parando, hesitante, até que, ao alçar a perna para subir para o passeio estatela-se quase fazendo uma cambalhota, completamente desamparado. No rosto, o medo, talvez a vergonha. O susto e a impotência, o peso da idade, tudo de repente num microsegundo de suspense. 

Felizmente, aparentemente, tirando umas arranhadelas no cotovelo e pulso o Victor não partiu nada. Ajudei-o até à entrada de sua casa, que não era longe e desejei-lhe as melhoras. 

O Víctor é igual a milhares de Víctores deste país. Só, acorrentado ao peso da idade, padecendo da degeneração física progressiva e um dia mental, abandonado e esquecido. Não passa agora de um trapo ao olhar dos que com ele se cruzaram e desapiedaram, fingindo que não o viam. O Victor é agora um fantasma longe das grandes preocupações daquela que por ele passou, fingida, insensível, ao telemóvel. 

O Víctor é agora um trapo uma vida descartável. 

Fica bem Víctor, espero que tenhas almoçado bem. Bom fim de semana. 

João Andarilho 



OMNÍVORO

 


OMNÍVORO


Sempre achei de uma grande coragem e de certa forma até considero que possa consubstanciar algum tipo de penitência, a decisão  de uma pessoa se tornar vegetariana ou, ainda mais radical, vegan

Este é um mundo em que o sujeito está permanentemente exposto e sujeito a pressões da mais variada ordem 24 X 24 horas ao longo da sua vivência. Tanto que, de tanta pressão, acaba por tomar decisões com implicações que poderão ter consequências nefastas para o seu Eu. São modas e apesar de tudo, felizmente, há sempre quem não as pape.

Ser-se vegetariano ou vegan, no meu juízo, é um anacronismo. Ora, se a espécie homem ou homo sapiens, que é o que somos, é omnívora, esta decisão só pode ser uma decisão carregada de culpa. Umas sessões de psicanálise vinham a calhar.

Gostava de entrar na mente de um vegan, com todo o respeito para quem o seja, no momento em que, passando junto de um omnívaro sem resquícios de culpa, que vai preparando na sua churrasqueira um suculento assado de febras e de enchidos insuflando de bons cheiros os narizes próprios e alheios, dizia, e apreciar a sublevação que irrompe naquele cérebro, naquelas papilas gustativas e por todo o sistema gástrico do nosso penitente.

Bon appétit 

Cachupa 

Ne soi pas Vegan tu es Sapiens 


João Andarilho 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

VITOR JARA

 


VITOR JARA



O assassino, condenado por um tribunal norte americano, continua em liberdade e o governo dos EUA NÃO respondeu ao pedido de extradição feito por um tribunal chileno.
"Depois de uma tentativa para animar os presos, Jara foi trazido para o meio do campo onde foi colocada uma mesa. O cantor foi obrigado a pôr as mãos sobre a mesa e cortaram-lhe as pontas dos dedos com um machado. Vítor Jara ainda se dirigiu às bancadas onde se sentou em silêncio até que alegadamente, terá dito: “Bem, camaradas, vamos fazer o favor ao oficial” e começou a entoar o hino da Unidade Popular, o partido do presidente chileno deposto, Salvador Allende.
Vários presos juntaram-se a cantar, até serem interrompidas por uma rajada disparada por um militar que terá acertado com uma bala na cabeça de Jara levando à sua morte, no dia 15 de Setembro, dois dias depois de ter sido detido. O autor dessa rajada foi o criminoso Pedro Pablo Barrientos Nuñez."

RIP Vítor Jara.

Fonte: Nuno Fialho Cavaco (facebook)

VITOR JARA

 VITOR JARA


Faz hoje 47 anos que Vitor Jara, professor, director de teatro, poeta e cantautor foi assassinado pela ditadura do sanguinário Pinochet.

Viva o povo chileno


João Andarilho 

BIG BANG

 

BIG BANG (matéria, energia, espaço, tempo)


    Catorze mil milhões de anos (14 000 000 000) é a provecta idade do nosso Universo. É um número tão absolutamente devastador tendo em conta a humana escala do tempo, que me sinto cilindrado pela insignificância da nossa existência.


Retirado da Internet

 Matéria, energia, espaço, tempo, surgiram naquilo que é comumente  designado pelo BIG BANG e é à história de todos estes aspectos que chamamos FÍSICA.


Trezentos mil anos após este extraordinário acontecimento, a matéria e a energia começaram a fundir-se dando origem a estruturas complexas: os átomos combinados com moléculas. E é  à história de tais estruturas (interacção entre átomos e moléculas), que chamamos QUÍMICA.


Há cerca de quatro milhões de anos, num planeta azul chamado Terra, certas moléculas resolveram combinar-se, formando estruturas com tamanho a que chamamos organismos e é à história dos organismos que designamos por BIOLOGIA.


Setenta mil anos atrás, organismos pertencentes à espécie Homo Sapiens, começaram a formar estruturas ainda mais elaboradas chamadas culturas. Aos ulteriores desenvolvimentos dessa culturas dá-se o nome de HISTÓRIA.

Fonte: "História Breve da Humanidade" de Yuval Noah Harari

João Andarilho


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Dia Seguinte

 


O DIA SEGUINTE







Foi a melhor Festa do Avante! de sempre! E porquê? Aproveitámos para reforçar a dose da Vacina Contra o Medo. 

Já está em preparação a próxima edição da Festa do Avante! em 2021.


João Andarilho 

domingo, 6 de setembro de 2020

DIA 3

 


DIA 3



E CADA VEZ SOMOS MAIS



Pela espora da opressão

pela carne maltratada

mantendo no coração 

a esperança conquistada.

Por tanta sede de pão

que a água ficou vidrada 

nos nossos olhos que estão

virados à madrugada.

Por sermos nós o Partido

Comunista e Português

por isso é que faz sentido

sermos mais de cada vez.


Por estarmos sempre onde está

o povo trabalhador

pela diferença que há

entre o ódio e o amor.

Pela certeza que dá

o ferro que malha a dor

pelo aço da palavra 

fúria fogo força flor

por este arado que lavra 

um campo muito maior.

Por sermos nós a cantar

e a lutar em português

é que podemos gritar:

Somos mais de cada vez.


Por nós trazemos a boca

colada aos lábios do trigo

e por nunca acharmos pouca

a grande palavra amigo

é que a coragem nos toca

mesmo no auge do perigo 

até que a voz fique rouca

e destrua o inimigo.

Por sermos nós a diferença

que torna os homens iguais

é que não há quem nos vença

cada vez seremos mais.


Por sermos nós a entrega

a mão que aperta outra mão

a ternura que nos chega

para parir um irmão. 

Por sermos nós quem renega

o horror da solidão

por sermos nós quem se apega

ao suor do nosso chão

por sermos nós quem não cega

e vê mais clara a razão

é que somos o Partido

Comunista e Português

aonde só faz sentido

 sermos mais de cada vez.


Quantos somos? Como somos?

novos e velhos: iguais.

Sendo o que nós sempre fomos

seremos cada vez mais!


Ary dos Santos



sábado, 5 de setembro de 2020

DIA 2

 


DIA 2



A PRIMEIRA TROMBETA


Para a Carol Loff



Atravessamos descalços a planície vermelha.


Em cada cela um condenado sonha,

Deitando a cabeça loira no ombro da distância

E fumando navios.

Em cada porto um veleiro fantasma aparelha para a grande

[viagem proibida,

Carregado de esperanças e palavras que não têm guarida

[em nenhum sítio da terra.


Atravessamos descalços a planície vermelha.


O sinal dos tempos apunhala-nos a memória.

Nada reconhecemos

A não ser a face impassível que nos ameaça,

A sombra das idades que nos persegue,

A terrível violência da voz que nos acusa

E nem o sangue dos séculos consegue aplacar.


Atravessamos descalços a planície vermelha


Onde quer que paremos, espera-nos o cavaleiro da 

[armadura de ferro,

Trespassando-nos o corpo com seus olhos de fogo

E não deixando nem um segredo aos nossos corações

[aflitos,

Nem um soluço às nossa gargantas estranguladas.


Atravessamos descalços a planície vermelha.


As cidades destruídas dormem ao relento do ódio,

As sentinelas de sal vigiam o repouso petrificado dos 

[deuses,

A noite assiste em silêncio

A todos os crimes perpetrados no horizonte.


Atravessamos descalços a planície vermelha


Os agoiros do céu predizem-nos os passos,

Os indícios do vento gelam-nos os ossos.

Despojados de lágrimas devoramos o medo

Enquanto em cada porto um veleiro se afunda, 

Enquanto em cada cela se assassina um anjo.


Ary dos Santos




sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Dia 1

 DIA 1




TOMAR PARTIDO



Tomar partido é irmos à raiz

do campo aceso da fraternidade

pois a razão dos pobres não se diz

mas conquista-se a golpes de vontade.




Cantaremos a força de um país

que pode ser a pátria da verdade

e a palavra mais alta que se diz

é a linda palavra liberdade.




Tomar partido é sermos como somos

é tirarmos de tudo quanto fomos

um exemplo um pássaro uma flor.




Tomar partido é ter inteligência

é sabermos em alma e consciência

que o Partido que temos é melhor


Ary dos Santos 




PORQUE SIM...


PORQUE SIM...


Passeando um dia destes com pessoa amiga por entre uma extensão de relva recentemente cortada, achou-se a dizer, cheia de prazer o quanto lhe sabia bem sentir aquele cheirinho a relva cortada e a madressilvas. Ao contrário, queixou-se da sua relva que estava sempre infestada de trevos e que já tinha tentado de tudo para acabar com essa praga.

Então, perguntei-lhe porquê, porque é que achava que os trevos eram uma praga na sua relva. "Porque sim", respondeu ... É a resposta comum para quem não encontra fundamento ou explicação a uma questão posta assim de chofre. Porquê?

Há uma estória que me lembro de me ter sido contada e que reza mais ou menos assim: acho que se passa na América no dia de Acção de Graças, quando são sacrificados milhões de infelizes perus. A dada altura a filha pergunta à mãe porque razão trincha o cu do peru antes de o introduzir no forno. A resposta foi "é a receita filha e foi-me assim transmitida pela avó". Mas a filha não ficou satisfeita e insistiu por melhor justificação. A mãe, porém, não encontrando melhor resposta, resolveu, por sua vez, ligar à sua mãe. A resposta da avó foi exactamente a mesma "é a receita filha, no meu tempo o forno era pequeno e para poder lá colocar o peru, tinha que trinchar-lhe o cu".

Em tempos idos, os trevos faziam sempre parte dos mais belos jardins. Não se podia conceber um jardim sem trevos. Aliás quando se compravam sacos de sementes de relva para semear eles continham uma parte de sementes de trevos. Porquê, pergunta-me o leitor: porque era graças ao trevo que os jardins, no verão, se mantinham com aquele aspecto verde e viçoso e isto porque o trevo absorve o ozoto do ar que, por sua vez, o fornece ao relvado fertilizando-o. O que se pode pedir mais! Era assim, antigamente.

Só que o belo não iria durar para sempre. Há sempre forças do mal que aproveitam a ingenuidade das pessoas para fazer dinheiro e gerar lucro. Apareceram umas multinacionais a vender herbicidas para eliminar as ervas daninhas. Todavia, com as ervas daninhas também eram eliminados os precisos trevos. O resultado foi que deixaram de vender o herbicida. Como é que o raio das multinacionais resolveram o assunto? Assim: investiram milhões em publicidade formatando a cabeça das pessoas no sentido de que, um belo jardim, um belo relvado só poderia ser belo se só tivesse relva. O trevo, como as ervas daninhas, passou a ser uma praga e desagradável visão no meio de um belo jardim de relva. Resultado, aumentaram brutalmente as vendas de herbicida e mais, com isso a venda de fertilizante porque a relva começou a precisar de azoto. E esta, hein!




 A vida é assim: às vezes não sabemos que o que vemos como um problema é, de facto, por vezes a solução...

João Andarilho

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...