sexta-feira, 30 de novembro de 2018

BEE



A possibilidade da extinção das abelhas tem impactos directos na sustentabilidade dos eco-sistemas e na produção global de alimentos. Eu diria, ao contrário, que tal sustentabilidade só será possível com a não extinção desta espécie. A diminuição em larga escala deste insecto está a preocupar os agricultores e os apicultores e põe em causa a própria sobrevivência da humanidade. As causas são conhecidas. As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, provocado pelo acção do homem e a obsessão pela obtenção do lucro sem olhar a quem e a quê, sacrificando o equilíbrio da natureza e do planeta. 



Estes insectos são um elemento fundamental na reprodução das plantas, através da polinização. Sem abelhas, as espécies vegetais não se reproduzem. As consequências na agricultura são potencialmente catastróficas, levando à diminuição das colheitas dando origem a crises alimentares.
Fala-se agora da robótica como alternativa que a ciência desenvolve no sentido de mitigar a falta das abelhas. É uma panaceia e eu acredito que não poderá haver nada criado pelo homem que possa substituir uma espécie animal, qualquer que ela seja . Isto dos robots é algo de assustador que contribuirá para a própria extinção da espécie humana. Felizmente já não estarei neste mundo para comprovar esta minha previsão.

João Sem-fé

quinta-feira, 29 de novembro de 2018



1975


" Não, a metrópole não pode ser como hoje a vimos. A prova de que Portugal não é um país pequeno está no mapa que mostrava quanto o império apanhava da Europa. Um império tão grande como daqui até à Russia não pode ter uma metrópole com ruas onde mal cabe um carro, não pode ter pessoas tristes e feias, nem velhos desdentados nas janelas tão sem serventia, que nem para a morte têm interesse. Lá os velhos tinham dentes postiços muito brancos e andavam de um lado para o outro com chapéu na cabeça e os fatos dos trópicos engomados. Quando o pai via os velhos  a comer marisco no Restinga dizia, aqui até os velhos fintavam a morte. O pai sabia o que dizia, tinha ido para África para fintar a pobreza, em África fintava-se tudo, a morte, a pobreza, o frio e até a maldade, dizia-nos o pai. Aqui há que sobre para toda a gente, não precisamos de arrancar os olhos uns aos outros por causa de uma sardinha".




Eu, angolano me confesso. Em Julho de 1975, quando aportei a este rectângulo do extremo da Europa, nos meus frescos doze anos, experienciei exactamente este mesmo sentimento. Senti-me perdido numa terra estranha, com gente estranha, feia e mulheres com bigodes, vestidas de luto. Fiquei confuso com tanto acanhamento e conservadorismo cheio de preconceitos. Fui carimbado de "retornado", eu nado em Angola, nunca cá tinha vivido. As gentes eram estranhas, o clima era frio e o povo pobre em todos os sentidos. Era um país atrasado e eu logo percepcionei tudo isso apesar da tenra idade. Tinha abandonado a minha terra, grande, imensa, desenvolvida, aberta e sem preconceitos. As pessoas eram felizes, as mulheres belas, as míudas nas suas mini-saias até ao cotovelo, mostravam toda a sua beleza e sensualidade nas festas das garagens, dançando, bebendo, namorando e fumando um charro. Estávamos nos anos sessenta e nunca houve Maio de 68 porque as pessoas eram livres e viviam bem. A guerra colonial era uma coisa que passava ao lado e de vez em quando lá víamos controlos da PIDE, em que pediam a identificação aos pretos mas deixavam de fora os brancos "Esquisito pensava eu, porquê só aos pretos?". Quando sentia a presença daqueles esbirros, instintivamente os denunciava aos meus amigos que tinham a pele diferente da minha e eles lá voltavam para trás. La vita è bella, minha querida e saudosa Luanda, capital de um território imenso, catorze vezes e meia maior que a metrópole.


João "O Retornado"



quarta-feira, 28 de novembro de 2018




TORRE DO JOGO DA PÉLA





Monumento medieval, parte integrante da cerca fernandina construída no séc. XIV, situada entre dois prédios na Praça do Martim Moniz, não considerado monumento nacional e talvez por isso mal preservado, como a foto documenta. Impressiona o estado de degradação a que está votado este  acervo da históra da nossa capital. Questiona-se como é possível deixar construir a cerca de dois metros da sua fachada! 
Só mostra o nível de cultura deste país onde, ainda ontem, foi rejeitada uma proposta de aumento de 1%  no orçamento do ministério da cultura para o ano de 2019. 
Pobre povo que tem pobre gente à frente dos seu destinos.


João "O Atónito"

segunda-feira, 26 de novembro de 2018



Líbia


Antiga colónia italiana, liderada por Muammar Khaddafi até 2011, era um país que, apesar de apresentar disparidades de desenvolvimento, tinha altos valores de desenvolvimento humano e crescimento económico, superiores aos restantes países africanos. Além do mais, a contribuir para o seu desenvolvimento abrigava cerca de dois milhoes de emigrantes, a maioria vindos de países africanos. 
Também, com os seus fundos soberanos, tornou possível o aparecimento de uma moeda africana. Esta realidade terá estado na origem da promoção da violência perpetrada por milícias fundamentalistas islâmicas financiadas pelos EUA, a quem não interessava o enfraquecimento do dólar americano como moeda padrão, ainda para mais quando a Líbia é uma país que detém grandes reservas de petróleo e gás natural. À desestabilização do regime de Khaddafi, seguiu-se um ataque dirigido pelos americanos, com o beneplácito do CS das Nações Unidas, a partir das suas bases situadas em Itália e com o apoio , nomeadamente da França e da Inglaterra, culminado com o derrube do seu regime e acabando com as pretenções de subsituição do dólar americano e da criação da moeda africana. O país ficou completamente devastado tendo como consequência provocado uma avassaladora onde de emigração para a Europa e subsequente tragédia no Mediterrâneo.



João Andarilho

domingo, 25 de novembro de 2018



Pablo Honey

Primeiro álbum da banda Radiohead, editado em 1993, o qual incluía o seu primeiro grande êxito "Creep". 
Formada pelo vocalista Thom Yorke, pelo guitarrista Ed O´Brien, pelo baixista Colin Greenwood, pelo percusionista Phil Selway e pelo irmão mais novo de Colin, como harmónica, teclas e guitarra, Jonny, é uma banda inglesa de rock alternativo.



Thom Yorke, abraçou novos projectos, tais como dois álbuns a solo, em 2006 (The Eraser) e (Tomorrow´s Modern Boxes) em 2014. 
No Outono de 2009, juntou-se a Flea, o baixista dos Hot Red Chili Peppers, tendo actuado durante um ano sem nome, até que decidiram chamar-se Atoms for Peace.


João Andarilho



CREEP

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're  just like an  angel
Your skin makes me cry

You float like a feather
In a beautiful world
And I wish I was special
You're so fuckin´ special

But I'm a creep I´m a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don´t belong here.

I don´t care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul

I want you to notice
when I'm not around
You´re so fuckin´ special
I wish I was special

But I'm a creep, I´m a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don´t belong here.

She's running out again
She's running out
She run, run, run run

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fuckin´ special
I wish I was special

But I'm a creep, I´m weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't belong here

Radiohead

https://youtu.be/lZiNtbgm9oM

João "Soneto"







sexta-feira, 23 de novembro de 2018


Blackfriday


         Cavalos de Corrida, título conhecidíssimo da banda UHF, poderia, bem, encaixar na desabrida correria de dezenas ou centenas de anormalóides ao longo dos corredores dos depositários dos bens de primeira desnecessidade, mas de alto consumo. À primeira vista e não sabendo o significado de tão loucas correrias ainda pensei que fosse a largada de alguma corrida de atletismo, como aquelas que se realizam aos fins-de-semana. Mas não, aqueles infelizes iam atrás de algo que nem eles sabiam ao quê! 
               Dá que pensar! Hoje, felizmente, ainda há muita gente sã de cabeça e de espírito mas que acaba por ficar um pouco atordoada com a ausência de valores na sociedade contemporânia. 





                João "o cabisbaixo"

quinta-feira, 22 de novembro de 2018



A Peste,  A Guerra, A Fome , A Morte

"O horroroso espectáculo persistia-lhes na memória, ocupando-a por completo, sem deixar lugar para as impressões posteriores. Viam ainda como a avalancha dos homens de capacete entravam nas suas localidades tranquilas: as casas repentinamente em chamas; a soldadesca repentinamente a fazer fogo sobre aqueles que fugiam; as mulheres a agonizar  destroçadas sob a violenta persistência do ultraje carnal; os anciãos queimados vivos; as crianças despedaçadas è espadeirada nos berços - todos os sadismos da besta humana exacerbados pelo álcool e pela impunidade... Alguns octogenários contavam, em lágrimas, como os soldados de um povo civilizado cortavam os seios às mulheres para os cravar nas portas, como passeavam em jeito de troféu um recém-nascido enfiado numa baioneta, como fuzilavam os anciãos na própria poltrona em que a dolorosa idade os mantinha imóveis, depois de os torturarem com burlescos suplícios."


in "Os Quatro Cavaleiros dos Apocalipse" de Blasco Ibañez

O absurdo da guerra, o homem transfigurado em besta, a bestilidade à solta, o horror e a irracionalidade elevada ao extremo. Para não repetir-mos os erros do passado.

João "O Esperançoso"

quarta-feira, 21 de novembro de 2018


Os Canais da Discórdia




O Estreito de Malaca é um importante ponto de estrangulamento ("choke point", ponto de asfixia, na terminologia militar americana) que permite o sufoco da economia asiática e da economia chinesa em particular no caso dos barcos deste país serem proibidos de o atravessar. O canal é fortemente guardado por forças norte-americanas e seu aliados ingleses e australianos. Singapura, sede do poder militar americano, é o país da região que mais beneficia com esta situação, através da oferta de produtos portuários.
Uma alternativa ao estreito seria a construção de um canal no istmo de Kra, território tailandês. O canal libertaria os países asiáticos da ameaça constante de asfixia e pouparia nos custos de transporte de mercadorias, nomeadamente no custo de energia, tornando esses países ainda mais competitivos na economia global.
Temendo, através da desvalorização da sua posição estratégica de controlo do estreito, perder o seu poderio na região, os norte-americanos têm vindo a colocar obstáculos de toda a ordem à construção do canal por chineses e tailandeses.
A implementação de grupos terroristas islâmicos, fortemente armados, reivindicando a independência da região tailandesa do Pattami, tem sido interpretada como uma forma de pressão sobre o regime de Bangkok para que não avance com a construção do canal.

Fonte: Jorge Fonseca de Almeida - para "O lado Oculto"

Somos autênticos joguetes nas mãos das grandes negociatas estratégicas dos imperialismos deste mundo. "No pasa nada"

  João Andarilho

terça-feira, 20 de novembro de 2018


Selvajaria à solta, um Mundo Calado

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, escolheu a chamada "Cimeira da Paz" promovida por Emmanel Macron, em Paris, para anunciar que "não há solução diplomática"para o problema de Gaza. Instantes depois, iniciou-se mais um período de ataques aéreos e invasão terrestre do exército israelita contra a martirizada faixa de terra cercada e bloqueada, na verdade um campo de concentração. Através das suas solenes palavras, ficou registado que o chefe do regime sionista já tem uma solução final para os dois milhões de habitantes da Gaza - e que não será alcançada por via negocial. O mundo ouviu e calou."

José Goulão  "O Lado Oculto"

***

A Peste, a Guerra, a Fome, a Morte - Os Quatro Cavaleiros da Besta (O Apocalipse)

"Os quatro cavaleiros encetam uma correria louca, esmagadora, por cima da humanidade aterrada", do Livro de Blasco Ibañez com o mesmo título

João "O Atónito"

domingo, 18 de novembro de 2018

                                                                            

Samba       
                                                                                                                                    
era o nome do bairro onde vivi em dado tempo da minha vida de andarilho, em África, em Angola em Luanda. 
Hoje, quarenta e três anos após e emigração para um continente e um país quase desconhecidos para uma criança de doze anos de idade, fui presenteado com um livro que retrata uma época e um acontecimento marcado em brasa na minha memória.  
Não é do livro que vou escrever mas antes da dedicatória nele inscrita pelo bom amigo que mo ofereceu. 
Das muitas conversas que temos tido falámos há um tempo do sentido da vida e do mistério que ela encerra. Tudo o que possamos dizer sobre o mistério da vida é especulação. Diz ele "que a vida é um eterno retorno... às memórias das infâncias e às lembranças". Concordo com o meu amigo mas também digo que a vida é fundamentalmente o agora, o presente, porque tudo o resto não existe, nem o passado nem o futuro. A dedicatória do meu amigo inscrita no livro que me ofereceu é passado. Mas se não tivermos entendido que o sentido da vida presente só tem sentido se compreendermos e respeitarmos o passado esta vida não tem sentido e esta dedicatória é daquelas lembranças que me virá à memória  quando o sentido da minha existência me consumir a caixa dos pirolitos.
Muito obrigado meu amigo João Sanzala, poeta de Valmedo.    

                                                                                                                                    



João Andarilho


                                                                               

sexta-feira, 16 de novembro de 2018




NÃO.

                                                                                                                                               
 

"Chega sempre um momento em que é preciso dizer não.
A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim."
José Saramago , in "Folha de S. Paulo" (1991)



José Saramago, nasceu hoje faz 96 anos, em 16-11-1922

            João Andarilho

quinta-feira, 15 de novembro de 2018




WWI


La République nous appelle,
sachons vaincre ou sachons périr;
un français doit vivre pour elle
pour elle un français doit mourir


Chénier -  O Canto de Partida (Hino de Marcha dos Voluntários da I República)






Comemorou-se ontem, 14 de Novembro, o centenário do início das hostilidades que deram origem à chamada I Grande Guerra Mundial. Envolvidas encontravam-se a Alemanha, a Austria, França, Rússia e Inglaterra. Como sempre, a belicosa e poderosa Alemanha, com a sua postura arrogante, racista e imperialista, foi a potência que promoveu o início das hostilidades , nomeadamente contra a França de Poincaré. A reacção francesa não se fez esperar e as divergências políticas internas ficaram para segundo plano promovendo-se uma união de todos os franceses contra a arrogância do agressor. Por toda a nação todos se conheciam sem nunca se terem visto. "Os olhos atraíam os olhos, os sorrisos pareciam enlaçar-se mutuamente com a simpatia de uma ideia comum".




Se hoje se comemora a efeméride é bom não olvidarmos que o perigo mora já ali e vai cercando esta Europa e este mundo, de novo, com regimes de natureza autoritária, racista, xenófoba. O Fascismo espreita e de novo legitimado pelo voto popular. 


João "O Esperançoso"





Paranóia


         Pus-me a pensar " o que dá na cabeça de alguém para, inopinadamente, começar a insultar outro alguém de quem nunca tinha sabido da sua existência ou sequer a cor dos seus olhos!"
           Precisamente hoje decidi ir dar uma volta na minha "bike" de estrada, pelas ruas da minha cidade de Lisboa, apeteceu-me e lá fui. Saí de casa debaixo de um sol prometedor, em direcção à zona oriental, passando por Xabregas, Santa Apolónia e no Cais do Sodré embiquei pela Rua da Alecrim acima até ao Largo de Camões, daí até à Assembleia da República foi um pulinho. Era já lusco-fusco quando resolvi fazer o trajecto de regresso a casa e tomei a direcção das avenidas novas. Eis senão quando e no sentido sul/norte pretendia passar para o outro lado da Avª da República junto ao Galeto, me surge pela frente uma personagem surreal, sexo feminino, de aspecto apresentável e aparentemente senhora que se dá ao respeito, interpelando-me bruscamente e em voz bastante sonora sobre se eu conhecia o código da estrada, debitando o "conhecimento" que dele tinha e logo de seguida afirmando que eu era um burro. Retorqui-lhe pois, que nem sequer iria ter qualquer tipo de conversa com ela, de tal modo eram os modos da dita "senhora". Não contente com a minha resposta, reiterou os insultos à minha pessoa. Porque não sou "idiota", "burro", "imbecil" e "cretino" e porque entendo que uma pessoa de bem não se deve rebaixar àquele nível, passei adiante, atravessando a avenida para o outro lado a fim de apanhar a ciclovia, não sem que tivesse parado no seu início para deixar passar os peões que também a atravessam . Um dos peões era a tal criatura que, voltando a cruzar-se comigo de novo me mimoseou um " afinal sabe, afinal não é burro de todo".
Voltei a não dar cavaco, obviamente, e segui viagem até ao meu destino. Porém, no caminho, pus-me a pensar e acabei por ter pena daquela infeliz porque essa pessoa está doente, deve ter problemas gravíssimos de consciência e o seu meio familiar deve ser muito desestruturado.
Para concluir que no nosso país e na sociedade ocidental em geral, estamos a chegar a um ponto em que urge reflectirmos sobre o caminho que devemos seguir: se o caminho insane da ignorância, de vida sem valores, vazia ou arrepiarmos e começarmos a pensar menos egoisticamente, sermos mais solidários, procurar objectivos de vida baseados em valores altruístas, pensar por nós próprios e não nos deixarmos levar por maus exemplos que enxameiam a nossa existência por todos os lados. Pensar, alcançar o conhecimento é fundamental para conhecermos o nosso Eu. 
        Sejamos felizes, então.



        João "Atónito"


domingo, 11 de novembro de 2018



São Martinho


"Conta a lenda que São Martinho terá com sua espada cortado a sua capa e com ela, compadecido, coberto os ombros de um mendigo, que quase jazia sob os efeitos de hipotermia. Ao reconhecimento do gesto de São Martinho, descobriu-se um sol como nunca então se vira e de pronto, por três dias, se viu suspenso o Outono."




Não é por acaso que, ano após ano, todo o mundo aguarda um dia de bom tempo, com sol, no dia onze do mês onze do ano. Infelizmente o deste ano não teve a ajuda do dito santo! Terá emigrado? Valhe-nos São Pedro!

João Andarilho


Muhammad d'Abd ar-Ra'üf al-Husaynt, Yasir' Arafat


Também conhecido por Abü' Ammar e mundialmente conhecido como Yasser Arafat, líder da Autoridade Palestina e presidente da OLP (Organização para A Libertação da Palestina) e da Fatah, co:detentor do Prémio Nobel da Paz, nascido em 24 de Agosto de 1929, na cidade do Cairo, falecido faz hoje 14 anos, em França. 


João "o esperançoso" 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018



O Maior Enigma da História da Arte Portuguesa

"No entanto, nenhum mestre espanhol do século XV pintou um políptico de uma riqueza, de uma monumentalidade e de um requinte comparáveis àqueles que deu prova o português Nuno Gonçalves, que foi não somente o maior mestre português de todos os tempos, mas também um dos melhores pintores do século (…) A pintura mostra unicamente seres humanos providos com atributos identificáveis: armas, cordas, livros e relíquias, sem que seja sugerido o mínimo contexto ou a mínima situação. Mas a variedade, a força e a expressão dos rostos, a diversidade das qualidades sociais, psicológicas e intelectuais, das indumentárias, dos gestos e dos comportamentos são tais que gerações de investigadores e críticos se aplicaram a estudar e a decifrar o conteúdo múltiplo da obra"

Estas linhas do conceituado historiador de arte polaco Jan Bialostocki (1921-1988), condensam bem o carácter aparentemente insolúvel do maior enigma da História da Arte Portuguesa.



OS PAINÉIS DE NUNO GONÇALVES

A sua datação poderá recuar um quarto de século cerca de (1470 para 1445) reforçando-lhe assim o seu estatuto de peça excepcional e inovadora no panorama da Arte Nova que se afirmou na Europa de meados do século XV. Com efeito, no livro Os Painéis de Nuno Gonçalves (Jorge Filipe de Almeida e Maria Manuela Barroso de Albuquerque, Editorial Verbo, 2000 e 2003) foram identificados na bota e no botim de duas figuras em primeiro plano retratadas no Painel do Infante, símbolos que são com verosimilhança as iniciais do pintor Nuno Gonçalves e o ano de 1445. A aceitação criteriosa desta leitura permitirá ao políptico passar de obra atribuída a Nuno Gonçalves a obra autógrafa deste pintor português. 

Facto não menos importante, a data de 1445, anterior cerca de um quarto de século ao período maioritariamente defendido na historiografia da arte portuguesa, possibilita e aconselha uma reinterpretação iconográfica da pintura, a qual foi empreendida na obra acima citada. Esta nova iconografia, que retoma em parte a tese defendida por José Saraiva em 1925, permite identificar nos principais retratados no políptico os filhos de D.  João I, aqueles mesmos que Camões designou de "Ínclita Geração".

Matilde Sousa Franco
Jorge Filipe de Almeida
4 de Março de 2011

João Picassus

quinta-feira, 1 de novembro de 2018



Ainda Há Esperança




Num mundo cada vez mais intolerante, xenófobo, racista, desprovido de humanidade, encontramos ilhas de amor e compaixão.

https://www.facebook.com/claudinha.mendes.3/videos/10210764674191908/?t=280

Uma noite sereninha


João Lacrimoso



FASCISMO


“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.“


(Anónimo)







João Soneto

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...