sábado, 31 de agosto de 2019




DOMINGO, SEGUNDA-FEIRA, TERÇA-FEIRA, QUARTA-FEIRA, QUINTA-FEIRA, SEXTA-FEIRA, SÁBADO



São estes os assim designados dias da semana em Portugal e nas ex:colónias portuguesas. Mas por que raio se designam de uma maneira tão diferente dos outros países?
A culpa é de um bispo nascido em 510, na actual Hungria e morto em 579, bispo dos suevos que, na altura, tinha como capital Bracara Augusta. Martinho de Dume era o seu nome e era Bispo de Braga. Teve a proeza de converter os suevos ao catolicismo e, mais impressionante , num Concílio de Braga, acabou com os nomes pagãos dos dias da semana (Solis dies, Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies), velha designação romana,   substituindo-os por nomes ligados ao culto eclesiástico e dedicado às festas litúrgicas, ( Dominica dies, Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta e Sabbatum). No latim, Feria queria dizer Festa. Com o passar dos anos e com o desenvolvimento da língua portuguesa,  Feria foi substituída por Feira, porque Feira era o dia de mercado. Aportuguesados, passaram os dias da semana a ser designados da maneira como hoje são. E porque é que Terça-feira, não passou a ser Terceira-feira? Estranho e curioso! Pois, porque seguiu a pronúncia latina do seu original, Tertia.
Com a unificação da nação portuguesa tem-se como explicação para a manutenção dessa originalidade tão pobre, tão medíocre,  o facto de a mesma já se mostrar enraizada havia cerca de meio século.

Michelzbinden.com

Felizmente, Sua-Eminência não conseguiu, embora tenha tentado, alterar o nome pagão dos planetas porque actualmente são conhecidos. Seria esquisito, não? Que raio teria a criatura na cabeça para baptismo dos mesmos?

Mas, voltando aos dias da semana, olhem só como era bonita a justificação pagã, dada pelos romanos: 

Solis dies, o dia do sol: a semana deveria começar com um dia de descanso, de culto aos deuses, e ao maior astro, o sol, para serem abençoados pelos dias que se seguiriam; Lunae dies, o dia da lua: segundo astro mais importante para o culto romano, o segundo dia da semana era dedicado à lua, e a sua influência no plantio e nas marés; Martis dies, dia de Marte: para o deus da guerra, um dia dedicado à prática das artes da guerra e dos exercícios físicos e desportivos; Mercurii dies, dia de Mercúrio: dia dedicado ao patrono dos comerciantes e viajantes; Jovis dies, o dia de Júpiter: o “Deus Pai”, Júpiter (Diu Pater) era o criador da natureza, das chuvas, das colheitas, portanto este dia era dedicado à natureza e seu criador; Veneris dies, o dia de Vénus: o astro mais brilhante do céu era também o símbolo do ouro, e por isso este dia foi dedicado a Vénus, pois era neste dia que os soldados romanos recebiam seus pagamentos, em ouro; Saturni dies, o dia de Saturno: ao deus do tempo foi dedicado o último dia da semana (septi mana – sete manhãs), e era um dia dedicado à reflexão, descanso e às ceias com a família.

Concluindo, nada de bom veio ao mundo com o fanatismo religioso e, já agora, com o aparecimento da espécie humana no planeta, a praga, como bem referiu o grande David Attemborouh...


João Andarilho

quarta-feira, 28 de agosto de 2019


PORQUÊ?

A carta a Luís Costa, infra, de António Lobo Antunes, publicada na revista "Visão", é um grito desesperado, uma revolta comovida pela condição  humana e que coloca interrogações sobre a precariedade da nossa existência, o sentido da nossa existência e a gritante verdade que nada faz sentido na puta da vida senão a compaixão e o amor entre os seres humanos. O resto é  nada, é  miseria, é podridão e lodo. FODA-SE...

***

Uma carta de António Lobo Antunes para:
Luís Costa



O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me


- Abrace-me porque é o último abraço que me dá

durante o abraço

- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento

e, ao afastarmo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.

Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:

- Estou aqui para lutar

e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.

A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no malestar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido

- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento

porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.

O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:

- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá.

Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.

Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos.

João Andarilho 

segunda-feira, 26 de agosto de 2019



ESTADIO DE LA CARTUJA-Sevilla / 1999 (Campeonato do Mundo de Atletismo)

MICHAEL JOHNSON


Foto Thereelace.com


RECORD DO MUNDO DOS 400 M: 43'18"


https://youtu.be/zbqy1Rpjgmw


João Andarilho

quinta-feira, 22 de agosto de 2019




ESTADIO DE LA CARTUJA

Hoje, 20 de Agosto de 2019, celebram-se os 20 anos da realização do Campeonato do Mundo de Atletismo, em Sevilha, capital da Andaluzia, no seu olímpico Estadio de la Cartuja, em 1999.
Estádio este de que guardo gratas recordações. Recordações da meta das quatro edições da Maratón de Sevilla em que participei e que aí terminavam, muito justamente na sua pista de tartan. 
Dessas maratonas guardo na memória a grande envolvência popular ao longo do seu percurso bastante plano, principalmente no centro urbano e, indubitavelmente,  a chegada merecida dentro do tartan deste grandioso estádio. 
O último km é  todo ele consagrado numa grande emoção,  adrenalina pura,  o desgaste físico e psicológico é disfarçado ante a visão arrebatadora do estádio atingindo-se o clímax quando, percorrido aquele túnel de acesso frio e escuro, desembocamos no palco dos sonhos de todo o atleta, os últimos 400 m de um percurso de 42,195 km, aclamados pelo povo delirante nas bancadas.  400 m, todos eles corridos com o sorriso estampado do esforço e da superação. A meta agora, o sacrifício justificado naqueles abraços, naqueles corpos estendidos, exauridos, nas lágrimas e sorrisos, nos esgares da dor dos membros. Terminou, superámo-nos, somos melhores pessoas. 





***
Um ano depois na edição deste ano de 2019, a maratona de Sevilha já não terminou no estádio. Encerrou, uma vez que,  a degradação do mesmo,  inviabilizava o seu uso. A pala de cobertura ameaçava ruir. Era patente a ruína particularmente no lastimoso piso do tartan, onde já faltavam grandes bocados em toda a sua superfície. 
Uma obra que custou ao estado espanhol 125 milhões de Euros com vista ao mundial de atletismo , com grande déficit de exploração, acumulando prejuízos levou  a este desiderato. A expectativa de que pudesse ser usado por ambos os clubes de futebol da cidade, o Sevilha e o Bétis, caiu por terra e daí até ao abandonou foi um passo.
Todavia, com a mudança das forças  políticas que assumem agora os destinos da província andaluza, derrotando 36 anos de poder do PSOE, parece haver luz ao fundo do túnel e esperança na reabilitação de tão grandioso estádio. A ver vamos. Se tal suceder e se a maratona vier de novo a terminar naquele tartan, será concerteza certa a minha presença. Arriba Sevilla, arriba Andaluzia!

João Andaluz

terça-feira, 20 de agosto de 2019



PAREDES DE COURA 2019 (Patti Smith)



Foto de Alfredo Cunha
"A última noite, dominada pelas novas gerações, foi um farol de esperança."


"Nunca esquecerei Paredes de Coura"

Patti Smith 

João Esperançoso 

sexta-feira, 16 de agosto de 2019





WOODSTOCK


 50 anos e um dia depois aconteceu magia (15 de Agosto de 1969, às 17:07 horas) durante 4 dias e perante uma multidão calculada em quase 500 mil pessoas, num descampado não muito distante de Nova Iorque. O festival musical que foi muito mais que um mero encontro de bandas e cantores de música e muito mais do que um festival musical. O que esteve e estava em causa foi e era uma mudança de paradigma social no que respeita a valores que se mostravam ultrapassados, despoletando ondas de choque por todo o mundo, com menor ou maior intensidade.
É claro que em Portugal, manietado por uma ditadura de génese fascista dirigida por um crápula criminoso, a onda civilizacional, como todas as ondas, foram suavizadas pela lápis azul da censura, pela "moral e bons costumes". Os ecos de qualquer forma sempre foram chegando mas, verdadeiramente, o povo e a juventude só se aperceberam da real dimensão do acontecimento quando, em Novembro de 1974, meses depois do golpe libertador, foi exibido pela primeira vez no nosso país, o filme "Woodstock" com o sucesso que se esperava, potenciado pelos ventos da revolução havia pouco ocorrida.
Digamos que as causas principais, o sentido e objectivo dos organizadores do festival, regiam-se por princípios como:
- Criam nos Direitos Humanos Universais;
- Na prática da ética na vida na política e nos negócios;
- Na expressão Criativa Sem Restrições;
- No Livre Comércio;
- No Cuidado Afectuoso do Nosso Planeta;
- No Poder do Indivíduo Para Fazer a Diferença; 
- E no Impacto Esmagador das Comunidades Para Actuar Como Agentes de Mudança Pacífica.

Como é óbvio, isto chocava com as restrições à liberdade e prática democrática existentes em Portugal.


Infelizmente muitos dos que foram os propósitos subjacentes aos criadores do movimento, continuam por cumprir na nossa existência de mulheres e homens triturados por uma máquina infernal que se chama capitalismo.

João Andarilho


quarta-feira, 14 de agosto de 2019



RESPEITINHO...



Li numa entrevista que Oceano, antigo jogador do Sporting e da Selecção Nacional, deu a um jornal, a propósito do respeitinho que devemos para com os mais velhos. Dizia ele, perguntado pelo jornalista:



« - Havia muito respeito pelos mais velhos, não era?



- Como te digo, era o Sr. Jordão, o Sr. Damas, o Sr. Zezinho, o Sr. Manuel Fernandes. É verdade que havia coisas que eram demais, mas agora, bem vistas as coisas, já não acho que fossem demais. Venho de uma cultura africana, diferente da europeia. O africano respeita o mais velho e nós vemos isso na tratamento aos nossos avós. Em África, o velho é sabedoria. Na Europa, o velho é entrave. Como quem diz ‘temos que arranjar um sítio para os meter, porque já não há paciência para os aturar’. No meu caso, como jogador do Almada, percebi isso do respeito aos mais velhos bem cedo. Quando subi dos júniores para o séniores e marquei aquele golo da vitória em Cuba, queria entrar no balneário e estavam lá três veteranos a falar entre si. Viram-me e disseram ‘ó miúdo, não vês que estamos aqui a conversar; quando acabarmos, a gente chama-te’. E eu lá fora, ao frio. Logicamente, quando chego ao Sporting, venho dessa formação. Agora esta malta nova já não é assim e qualquer miúdo de 16, 17 ou 18 anos chega ao balneário e nem diz nada. »
***
Tudo isto para constatar quão longínquos vão os tempos em que ainda havia respeito no tratamento para com os mais velhos, fossem os pais ou familiares ou quem quer que fosse. Hoje em dia, pelo contrário, ninguém se dá ao respeito, há falta de respeitabilidade. A grosseria para com o semelhante é corriqueira, a falta de formação e de berço é latente, sendo preocupação as gerações que um dia irão ficar à frente dos destinos da nação. Isso, aliás, já se faz notar na falta de nível como pessoas honradas e de bem dos nossos governantes. Grassa a corrupção moral, a falta de ética e o compadrio. À falta de valores o valor referência é o vil metal, almejando-se o poder pelo poder sem olhar a quem.
Para concluir ser tudo isto consequência da falta de investimento no país e nas pessoas, fundamentalmente na educação e na cultura. A tragédia é resultado que vemos...
Não está fácil e não se vê luz que nos leve a bom porto...

João Andarilho

terça-feira, 13 de agosto de 2019



HONRA (ou falta dela)


Quando numa determinada comunidade existe um conceito muito enraizado, ao longo de ancestrais gerações, da honra no seu sentido mais lato apesar da pobreza material (que não da pobreza da nobreza do carácter e humanidade), estamos falados.
Tudo isto a propósito da leitura de um conto de William Saroyan, inserido num pequeno livrinho de contos "Humorísticos" de vários outros autores, publicado pelo "Diário de Notícias"/"Jornal de Notícias" em Agosto de 2011 e editado pela "Rosto Editora, Lda", que gentilmente me foi ofertado pelo meu amigo JF, autor do blogue "Planando no Mundo Cão", com uma "desavergonhada" dedicatória que, "envergonhado", agradeço.


*
« O agricultor observou avidamente o cavalo.
- Bom dia, filhos dos meus amigos - disse ele. - Como se chama o vosso cavalo?
- Meu coração - disse o meu primo Mourad em arménio -
- Um belo nome - disse John Byro, - para um belo cavalo. Podia jurar que este é o cavalo que me foi roubado há muitas semanas atrás. Posso ver-lhe os dentes?
- Claro - disse Mourad.
O agricultor inspeccionou os dentes do cavalo.
- Dente por dente - disse ele. - Se não conhecesse os teus pais, podia jurar que este é o meu cavalo. A tua família é conhecida pela honestidade e eu sei disso. No entanto, este cavalo é o gémeo do meu cavalo. Um homem desconfiado acreditaria nos seus olhos e não no seu coração. Bom dia, meus jovens amigos.
- Bom dia, John Byro - disse o meu primo Mourad.
Cedo na manhã seguinte levámos o cavalo para a vinha de John Byro  e colocámo-lo no celeiro. Os cães seguiram-nos sem fazerem barulho.
- Os cães - sussurrei ao meu primo Mourad. - Pensei que iam ladrar.
- Ladrariam a outra pessoa - disse ele. - Tenho jeito para os cães.
O meu primo Mourad abraçou o cavalo, encostou o seu nariz ao nariz do cavalo, deu-lhe uma palmadinha e depois fomos embora. Nessa tarde John Byro foi a nossa casa na sua carroça e mostrou à minha mãe o cavalo que tinha sido roubado e devolvido.
- Não sei o que pensar - disse ele. - O cavalo está mais forte do que nunca. Melhor comportado, também. Agradeço a Deus.
O meu tio Khosgrove, que estava na sala de estar, irritou-se e gritou: - Cala-te, homem, cala-te. O teu cavalo voltou. Não faças caso.»


João Andarilho


WILLIAM SOROYAN (1908-1981)


Escritor americano influenciado pelos escritos do pai ainda com a idade de 3 anos. Autor de vários contos entre os  quais "O Ousado Rapaz do Trapézio Suspenso" ou da peça " "The Time of Your Live", que lhe valeu um Pulitzer, o qual recusou, por defender que o comércio não tinha o direito de julgar artes.
Sempre com bastante humor, dava um conselho aos jovens escritores: "Tenta aprender a respirar profundamente, a saborear realmente a comida quando comes e, quando dormes, a dormir realmente. Tenta, quanto te for possível, estar vivo com todas as tua forças e, quando te rires, ri-te como se não houvesse amanhã".
Um dia morreu com a idade de 72 anos. Certamente, lá onde está, não lhe faltarão ouvidos para os seu contos e conselhos de vida.

João Andarilho

segunda-feira, 5 de agosto de 2019




LET ME BE ME


gearjunkie.com


"Se estás disposto a sacrificar-te, fazendo o que os outros não, vais acostumar-te a ter pouca companhia..."

Peristilo do Palácio Diocleciano, Património Mundial da Unesco desde 1979, Split.


João Karnazes








domingo, 4 de agosto de 2019



MARY J.


E então fui ouvir Freddy Locks e a sua banda à Praia da Areia Branca nos "Sons na Areia", festival estival patrocinado pela Antena 3.


Cheguei já o Freddy  cantava há algum tempo mas ainda deu para me deliciar com alguns temas do seu mais recente trabalho, "Overstand". As letras são muito simples mas vêm ao encontro do que a vida devia ser: viver o presente, porque o passado e o futuro não existem, mas sempre crítico do rumo deste mundo e desta sociedade escravizada pelo capitalismo  e de cujas grilhetas nos devemos livrar, transmitindo a mensagem de que devemos lutar para que sejamos livres destes constrangimentos que nos são impostos. Então a música é uma arma e é através dela e das mensagens das suas letras que Freddy propõe um mundo melhor, mais humano apelando a que as pessoas tenham também consciência de que a Terra, a nave em que vivemos, está em perigo, sendo nosso dever fazer o contrário do que temos feito, para a preservar. Não advogando que a juventude se meta em vícios de que o tabaco é um exemplo, deu exemplo da contradição que é a proibição do consumo da canabis e da marijuana (Mary J.) e o consumo e a publicidade ao consumo de bebidas alcoólicas, advogando a sua descriminalização.



Este lisboeta fez parte de uma geração que fez história na cena punk-rock  portuguesa, como era o caso dos Censurados, Ku de Judas, os Tara Perdida ou os Dalai Lume, bandas originárias do mesmo bairro onde nasceu, o bairro de Alvalade. Depois de muitas experiências musicais e de andarilho por este país fora e também em Espanha, acaba por se converter à música reggae em 1997 e a Antena 3 dá-lhe uma mãozinha promovendo o seu álbum "Bring Up The Feeling", cujo single com o mesmo nome foi um sucesso.
Da sua discografia fazem parte os álbuns "Bring up the Feeling", "Seek Your Truth", "Rootstation" e "Overstand".

Festival "Sons na Areia", bons momentos musicais, festival  a não perder.

Por fim e como cereja no topo do bolo o álbum "Seek you Truth" autografado pelo próprio, o que me deixou deveras encantado.

Thanks Bro.



João J.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019



ZECA

Faria hoje 90 anos de idade.
À tua Zeca!

https://youtu.be/fSyg_dETC-Q

João Cantautor


AGOSTO


Mês de férias por excelência, embora cada vez menos, mês de calor mas também cada vez mais irregular.
Deve o seu nome ao primeiro imperador romano, Augustus e tem 31 dias porque assim decidiu o senado, retirando um dia a Fevereiro, que ficou pelos 29 dias. Porquê? Porque, para não ficar com menos dias que Julho, mês dedicado a Júlio César, foi tomada essa decisão de igualizar o número de dias em ambos os meses.
Junto imagem de um sestércio de Augusto, encontrado em 2005, em escavações arqueológicas realizadas em Braga.


Museu de Arqueologia D. Diogo D. Sousa

João Andarilho

  SÃO JOÃO   "23.6 À meia noite de hoje (ontem) acendem-se os fogos. A multidão reúne-se em redor das altas fogueiras. Nesta noite limp...